Política

De preferido a preterido: de como Márcio Jerry caiu em desgraça com Flávio Dino e perdeu lugar para Ricardo Capelli e Diego Galdino…

18 de janeiro de 2023

A subida do jabuti Márcio Jerry na árvore política teve início lá em 2012 quando, aliado e amigo de primeira hora do político em ascensão Flávio Dino, se tornou o comandante da rede de comunicação que apoiou o prefeito eleito naquele ano, Edivaldo Júnior, de quem viria a ser secretário municipal de Comunicação. Em 2014, já bastante encorpado financeiramente, Jerry vira coordenador da campanha vitoriosa de Flávio Dino ao Governo do Maranhão.

Assim que tomou posse, Flávio Dino fez do fiel companheiro e amigo o poderoso secretário de Articulação Política e Comunicação, uma espécie de controlador de tudo, de todas as pastas, de todos os cargos de segundo escalão e de todos os rumos do governo. Foi com esse poderio todo que o arrogante Márcio Jerry humilhou, fez valer todas as suas vontades e de seus familiares, se tornou o homem mais temido e odiado do governo e pavimentou seu caminho para ser um dos deputados federais mais votados das eleições de 2018.

Empossado deputado, Márcio Jerry achou que teria vida fácil em Brasília, que seria ouvido em todas as mídias televisivas e radiofônicas, que reinaria absoluto entre blogueiros e formadores de opinião em geral, que seria o rei do alto clero. Na primeira investida nesse sentido, quase levou uns sopapos de um colega que o colocou em seu devido lugar no baixíssimo clero.

Fracassado como deputado federal, sem ter feito nada de relevante e sem ter sido destaque em coisa nenhuma e sem ter apresentado nenhum projeto de lei, ao rato colinense não restou outra alternativa que não pedir ao chefão dos comunas do Maranhão que lhe retornasse ao governo em alguma pasta importante e endinheirada que pudesse comprar políticos, lideranças, oferecer empregos e salvar seu mandato nas eleições de 2022. E Dino, com pena do amigo fracassado, lhe deu a poderosa Secretaria das Cidades de porteiras fechadas e orçamento gordo para ele se refestelar todo com o dinheiro público e se salvar politicamente.

Esperto, Flávio Dino percebendo que Márcio Jerry era só gogó e pouca ação e que em pouco tempo poderia fazer com ele o mesmo que fez com Jomar Fernandes de Imperatriz, levando-o à cova política, chama de Brasília o sisudo, de poucas palavras e experiente jornalista Ricardo Capelli, amigo e correligionário de longas datas, para lhe ajudar naquilo que Márcio Jerry não teve competência para fazer. Em pouco meses como titular da Secretaria de Comunicação, Capelli organizou e dinamizou a pasta, cortou gastos desnecessários, cancelou contratações e construiu uma nova imagem do governo e do próprio Dino.

Além de Capelli ter caído nas graças de Dino, outro auxiliar do governador também passou a lhe chamar a atenção e a ofuscar ainda mais Márcio Jerry. Trata-se do faz de tudo Diego Galdino, um batorezinho de pouco mais de 1,5 metro de altura que se mostrou muito competente tanto na secretária de Cultura, de onde foi titular, como na Secretaria de Governo, que comandou até a saída para o Ministério da Justiça com o chefe. Capelli e Galdino fizeram Dino perceber o quanto o engodo Márcio Jerry era inútil e desnecessário.

Com a eleição do presidente Lula, ficou ainda mais evidente o pouco caso que Flávio Dino fazia de Márcio Jerry. Lula nomeou Flávio Dino seu ministro da Justiça e Dino nem pensou duas vezes e chamou para sua equipe os dois homens em quem mais confia: Ricardo Capelli e Diego Galdino, segundo e terceiro mais importantes do MJSP. E Márcio Jerry, que a vida inteira se vendeu como preparado, não foi sequer cotado para assumir qualquer coisa no governo federal. Vai ter que se contentar em ser deputado do baixo clero, subir vez por outra na tribuna com um plenário vazio e fazer seus discursos igualmente vazios sempre esfregando as mãozinhas curtas uma na outra com sinais de nervosismo.

Pelo visto o baixo clero Márcio Jerry já pensa no que vai fazer depois que deixar a Câmara dos Deputados em 2026. Recentemente fez soltar nas redes sociais um vídeo em que compõe, junto com outros camaradas comunistas, aquilo que seria uma marchinha de carnaval dos comunas. Pelas imagens, feitas certamente de um iphone de outro comunista, se ver todos empolgados compondo os versos da musiquinha numa mesa cheia de cascos da holandesa Heineken, a mais cara das cervejas. A pergunta é: porque não tomaram cerveja maranhense Magnífica, feita de mandioca?

Quanto ao Ricardo Capelli, braço direito do poderoso ministro Flávio Dino, além de segundo homem mais importante do Ministério da Justiça, tornou-se também o interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, indicado por Dino e nomeado por Lula, e hoje dar entrevistas em todas as mídias televisivas, radiofônicas, impressas e blogs.

Tudo que o insosso, insípido e incompetente Jerry queria e não conseguiu.

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Sobre Neto Cruz

Contador (CRC/MA 012900), Jornalista (DRT 1792/MA), Acadêmico de Direito, Membro Fundador e Efetivo da Academia de Letras de Paço do Lumiar . Criou o Blog do Neto Cruz em 29 de Novembro de 2010. E-mail: [email protected] Instagram: @netocruz_doblog

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