Política

Relembrar é viver: escândalos da gestão Talita Laci que continuam sem respostas

20 de abril de 2023

A ex-prefeita Talita Laci, que anda desaparecida da cidade, até hoje não esclareceu denúncias com tons de corrupção na sua desastrosa gestão. Além do famoso escândalo da previsão de gastos no valor de R$ 170 mil para urnas funerárias (caixões) em um município que tem cerca de 30 mil habitantes e média de 100 mortes por ano, ato que lhe fez ser conhecida nacionalmente pela alcunha de “Talita Caixão”, outras situações vergonhosas, além de suspeitas, deram o tom da sua passagem pela prefeitura de Raposa.

Em meio a uma série de denúncias, houve ainda na gestão da filha do ex-prefeito José Laci, a suspeita de fraude envolve a estimativa de gastos com refil e cartuchos para impressoras no valor de R$ 655.008,00 (seiscentos e cinquenta e cinco mil e oito reais), conforme documentos em anexo.

O suposto esquema com indícios de corrupção envolvendo agentes públicos e uma empresa que presta serviços na área de informática com fornecimento de impressoras, cartuchos e toners, teria iniciado em setembro de 2017, quando o primeiro contrato foi assinado entre o secretário de Administração e Planejamento, Ualacy Costa Chaves – que tentou se matar com um tiro no ouvido – e a empresa L & V Comercial Ltda – ME, representada no ato pelo empresário Francisco Eduardo Noronha Lobato.

Segundo as denúncias, os indícios de vícios identificados dizem respeito à quantidade e valores dos cartuchos e refil, que foge do senso comum sob o ponto de vista técnico, por não trazer nenhuma vantagem relevante para o atendimento do interesse público, tendo sido suscitada ainda a contratação onerosa para a administração municipal.

FALSA IMPRESSÃO

Ao analisar os gastos, o blog observou preços acima da média na contratação de cartuchos. Chama a atenção, por exemplo, o valor da oferta vencedora para cartuchos HP 664, no valor de R$ 155,00 para uma quantidade de “1.920 Unid”. A compra total de apenas esse produto vai custar R$ 297.800,00 que seriam sangrados do contribuinte raposense, conforme Ata de Registro de Preço em anexo.

MUITO GELO E POUCO UÍSQUE

A conclusão, com cheiro de superfaturamento, é de um levantamento realizado pelo site que analisou pesquisa de preço e contratos do mesmo serviço em vários municípios maranhenses. Em alguns casos, o custo médio do mesmo cartucho no mercado varia entre R$ 45 a R$ 90 a unidade. As diferenças entre os valores pagos na cidade pesqueira e a pesquisa de preço alcançam um total que ultrapassa os R$ 150 mil. Seria esse, então, o valor provavelmente superfaturado, segundo levantado com base em extratos de contratos e pesquisa de preços.

MP DE OLHO EM ‘LICITAÇÃO CAMARADA’?

Além disso, os licitantes participantes do certame mencionados na própria Ata também não aparecem nos registros do pregão, embora a administração à época – Talita era filiada ao PCdoB – faça menção ao envelope ‘número 02’, mas com o registro de apenas um licitante, que ironicamente é o vencedor. Apesar de anunciar ‘dois’ envelopes, os documentos mostram que apenas um único concorrente teria sido chamado a participar do processo licitatório em tela, com isso, restrição à competitividade e feito a Lei de Licitações.

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Sobre Neto Cruz

Contador (CRC/MA 012900), Jornalista (DRT 1792/MA), Acadêmico de Direito, Membro Fundador e Efetivo da Academia de Letras de Paço do Lumiar . Criou o Blog do Neto Cruz em 29 de Novembro de 2010. E-mail: [email protected] Instagram: @netocruz_doblog

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