Pelo 12° ano consecutivo o Brasil é o pais que mais mata transexuais no mundo, segundo dados do Trans Murder Monitoring (Observatório de Assassinatos Trans). Conforme Gabriel Justo em matéria publicada pela revista exame em 19 de novembro de 2020, esse vergonhoso ranking é consequência da combinação de alguns fatores: a rejeição familiar, a marginalização econômica e sobretudo a impunidade.
“Por ser rejeitada pela própria família e também pelo mercado de trabalho, a esmagadora maioria das pessoas trans é levada a buscar seu sustento em trabalhos informais, principalmente na prostituição. A soma dessa conjuntura desfavorável com a pandemia de covid-19 e o aumento da brutalidade policial pelo mundo fez de 2020 um dos anos mais violentos para a população trans”, afirma a matéria.
A Lei Aldir Blanc foi criada no intuito de socorrer os artistas, produtores culturais e demais membros dessa gigantesca cadeia produtiva que sofriam com a falta de trabalho em razão da Pandemia do Covid. Em algumas partes do Brasil surpreendentemente dentre os editais lançados havia algo específico para a comunidade GLBTQIA+.
No Maranhão infelizmente a invizibilização da comunidade GLBTQIA+ seguiu seu status: excluído. Foram abertos 11 editais, um deles para produção de games e produção de conteúdos em realidade aumentada ou realidade virtual. Sabemos que esse foi um absurdo criado no nascedouro da lei, porém dispensar 500 mil reais da área da cultura pra socorrer emergencialmente produtor de games? Quem é mesmo que produz game que ficou sem trabalhar por conta da ausência de eventos culturais? Enquanto isso os artistas da noite, dos shows de dublagens, das performances, as drags, as caricatas ficaram completamente excluídos de serem contemplados.
O único projeto voltado pra essa comunidade inscrito no edital de fomento, 39° Miss Maranhão Gay, mesmo tendo preenchido todas as exigências do edital parece que não teve relevância para compor a lista de 100 selecionados. E alguém ainda tem dúvida porque esse país é o grande campeão nesse ranking tão indigno?