Durante entrevista, na manhã desta terça-feira (18), o secretário Estadual de Saúde, Carlos Lula, criticou os comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre a China e a consequente redução do envio de Ingredientes Farmacêuticos Ativo (IFA), essenciais à produção das vacinas contra a Covid-19.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro voltou a causar polêmica com a insinuação de que a pandemia seria parte de uma “guerra biológica” chinesa. A China é a principal fornecedora de IFA no mundo.
“A gente tem uma relação comercial com a China e deveria, portanto, uma relação profissional de política externa, e não uma relação infantil. Não dá para ficar provocando o maior parceiro comercial do Brasil. A China hoje tem muito mais pedidos do que condições de ofertas insumos, ela pode simplesmente paralisar e a gente ficar sem vacina aqui. Este é o pior cenário que a gente poderia ter”, alerta.
Na estimativa do secretário, a postura da política externa brasileira tende a atrasar ainda mais o processo de vacinação contra a Covid-19 no país. No início do ano, o Governo Federal fez previsão de imunizar toda população vacinável, mas, segundo alerta Carlos Lula, a falta do IFA vai empurrar para 2022 os planos de vacinação dos brasileiros.
“O cenário mais provável hoje é que a gente termine o ano com 100 milhões de pessoas vacinadas. O IFA deve chegar esta semana para Fiocruz, na semana que vem para o Butantan, mas da chegada do insumo até a produção das doses demora. A gente tem conseguido vacinar de 700 a 800 mil pessoas por dia no Brasil, este ritmo deve cair porque a gente não vai ter novas entregas de vacina nas próximas duas semanas”, prevê.