“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz”. Esta foi a frase do grande educador Paulo Freire citada pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) durante seu pronunciamento na tarde desta terça-feira (19) sobre o corte nos gastos sociais.
A popular-socialista repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados as medidas do ajuste fiscal e a incoerência do governo federal em relação ao que foi prometido nas últimas eleições.
“Esta é uma frase célebre que precisa estar presente no nosso cotidiano. Isso é o inverso do que tem sido feito pela nossa atual Presidente da República. Durante toda a sua campanha eleitoral, ela repetiu, à exaustão, frases, que hoje representam uma total contradição […] A Veja elencou, por exemplo, uma de suas frases: Eu não mudo direitos da legislação trabalhista nem que a vaca tussa!. E nós tivemos aqui a aprovação de medidas provisórias que tiraram direitos conquistados pelos trabalhadores”, destacou.
Eliziane Gama lembrou que na semana passada a Câmara dos Deputados aprovou duas medidas provisórias que torna mais rígido o pagamento de benefícios como pensão por morte, seguro-desemprego, abono-salarial, seguro defeso e auxílio doença.
“Nos últimos dias tivemos a aprovação de medidas provisórias que tiraram direitos conquistados, a duras penas, pelos trabalhadores e pelas minorias do Brasil, os pobres, os órfãos e as viúvas”, enfatizou.
Para a deputada maranhense, as medidas tem representado uma perda de direitos para os trabalhadores brasileiros e para os mais necessitados.
Ela também criticou o corte de gastos nos programas sociais, principalmente os de habitação e educação, pois o contingenciamento esta sendo promovido pelo governo, sem mexer na estrutura de quase 40 ministérios e dos mais de 20 mil cargos comissionados.
“Além de atrasar esses pagamentos, os cortes nesses programas sociais do Governo estão trazendo prejuízo direto para a população, especialmente em relação ao desemprego na sociedade brasileira”, disse.
Gama finalizou o discurso pedindo a sensibilidade dos demais deputados para a não aprovação de medidas que aumentem ainda mais a carga tributária do Brasil.
“Fica o nosso pedido, porque o ajuste do Governo está acontecendo da pior forma, com o aumento dos impostos. Considerando-se a carga tributária do nosso país, é uma das maiores do mundo. Se aumentarmos ainda mais esses impostos, estaremos agravando a situação, em especial em relação às empresas que são responsáveis pelos empregos dos trabalhadores brasileiros”, concluiu.