O novo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MA), Cleudson Campos de Anchieta, empossado na última quarta-feira (30 de dezembro), pretende colocar em prática, a partir desta semana, uma série de ações com vistas a recuperar o órgão, que, segundo ele, foi entregue “dilapidado”. Além de ações com outras instituições e dinamizar a fiscalização, ele pretende cortar alguns excessos que vêm comprometendo a receita do órgão, como, por exemplo, um grande número de cargos comissionados, que engordaram a folha de pagamento.
Leia também:
Eleito com mais de 30% dos votos válidos, Cleudson Campos diz que recebeu o Crea-MA numa situação bem pior do que imaginava. Os salários estão atrasados, a frota de veículos não foi disponibilizada pelos credores, os fiscais estão desmotivados e sem condições de trabalho e há muitas dívidas para serem quitadas. Ele espera, com a arrecadação das anuidades (taxa obrigatória para que engenheiros e agrônomos possam exercer a profissão), honrar os compromissos internos, e a partir daí desencadear outras ações que possam gerar mais receitas e garantir o seu bom funcionamento.
O novo presidente do Crea-MA faz questão de ressaltar que, embora não seja bem interpretada por uma boa parcela da população, pelos empresários e até mesmo por gestores públicos, a fiscalização não visa a apenas garantir reserva de mercado para os seus filiados ou fazer caixa, mas dar segurança a quem adquire ou utiliza produtos e serviços nas áreas de Engenharia e Agronomia. “Se uma obra é executada sem o acompanhamento de engenheiros, ela pode ficar cheia de defeitos e colocar em risco a vida de quem ocupar, no caso de um prédio residencial ou comercial, ou dela se utilizar, no caso de pontes, estradas”, exemplifica, dizendo que há muitos outros setores onde a presença do profissional é essencial: montagem de palco, serviços de energia, produção de alimentos, computação, esgoto etc.
Convênios – Cleudson Campos diz que já contactou as diretorias dos sindicatos das indústrias de construção Civil (Sinduscon) e Pesada (Sincopem) para um maior entrosamento, já que as duas instituições reúnem boa parte das atividades que são alvo de acompanhamento pelos fiscais do Crea-MA. Além destes, pretende renovar os convênios com Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público, Federação dos Municípios (Famem), Federação da Agricultura (Faema) e muitos outros, para que haja regularidade em obras e serviços, tanto na iniciativa privada quanto na pública.
De acordo com o dirigente do Conselho, é preciso que se dê mais garantias à população sobre o que está sendo colocado ao seu dispor. Essas garantias, claro, fortalecem os profissionais e consequentemente o Crea-MA, já que a regularidade implica em abertura de mercado para os filiados, que certamente vão valorizar mais ainda sua instituição.
Quanto aos apertos financeiros dos primeiros momentos, ele espera contar com ajuda também do Conselho Federal, para que dê um socorro emergencial, pois será impossível desenvolver boas ações nos primeiros dias sem esta parceria, e ele está certo que conseguirá devido ao bom trânsito que tem no Confea.
Fonte: Aquiles Emir