RETRATOS DA MUDANÇA.
Por Abdon Marinho.
O EXTINTO senador Epitácio Cafeteira, apesar de não ser muito estudado, de ter apenas formação bancária e não ir muito além do ensino médio e nunca ter estudado marketing, tinha o que os profissionais do ramo chamam de “feeling” – no sentido de percepção, intuição –, extraordinário.
Certa vez, pela eleição de 1994, seu fiel assessor Chico Branco, chegou para ele eufórico com o Jornal o Estado do Maranhão na mão: — Chefe! Chefe! O jornal estar dizendo que estamos crescendo nas pesquisas.
Cafeteira pegou o jornal, sem lê-lo, retrucou: — Pois é, Chico Branco, estamos crescendo como “rabo de cavalo”, para baixo. Não está vendo a sacanagem deste gráfico!?
Durante muitos anos essa “sacada” de Cafeteira sobre o crescimento como “rabo de cavalo” povoou nossas conversas. Ainda hoje, vez por outra, quando encontro Chico Branco, ele rememora o fato: – Abdon, tu ainda lembras do “esporro” que Cafeteria deu por conta do crescimento como “rabo de cavalo”?
E rimos a valer.
Vinte quatro anos depois daquela eleição, vejo o governo comunista estadual investir pesado em tudo que possa significar uma mudança em relação ao governo anterior, do grupo Sarney.
A última polêmica que vi nos meios de comunicação foi a exploração de um “comboio” levando material de construção para uma ponte na Baixada Maranhense, tudo muito bonito, devidamente identificado visualmente. Detalhe: a ponte prometida desde muito, ainda se encontra nas fundações e, pelo ritmo das obras, deve avançar e muito no próximo mandato.
A primeira indagação que me ocorre é: o Maranhão mudou mesmo? Como é possível que a construção de uma simples ponte seja motivo de tanta exploração política? Que usem como “desencanto”, conforme o próprio governador alardeou, que estava “desencantando” a bendita ponte?
Vejam não se trata, sequer, da inauguração da obra – que ainda não saiu do lugar –, mas apenas do material. A ponte a merecer tanto alarido e exploração “ainda na intenção”, não é a que vai ligar a Ponta da Madeira ao Cujupe, com quase 20 km, mas, apenas uma “pontinha”, com cerca de 500 metros, sobre o Rio Pericumã.
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