Temendo complicar a vida do senador Weverton Rocha (PDT) e do seu fiel escudeiro e representante dos prefeitos do MA, Erlânio Xavier, da mesma sigla partidária, os ‘cabeças’ da CPI dos Combustíveis – que dá o mesmo tom da CPI da Covid do Senado na proteção demasiada a aliados – estão impondo, nos bastidores, empecilhos para travar o andamento a dita cuja, que já entra na sua terceira semana de paralisação.
Publicamente, o argumento para o travamento é por conta da prorrogação da resolução administrativa que suspendeu a realização das sessões e atividades presenciais nas dependências do Palácio Manuel Beckman, como medida de contenção à pandemia do Novo Coronavírus. Muitos deputados, no entanto, seguem realizando atividades externas normalmente, inclusive provocando aglomerações. A desculpa se torna esfarrapada e sem rumo.
Nos bastidores, mesmo antes do afunilamento das restrições “para inglês ver”, os membros da comissão já enfrentavam todo tipo de dificuldade para dar continuidade aos trabalhos. E agravou ainda mais quando foi anunciado o depoimento de Rafaely de Jesus Souza Carvalho, proprietária no papel do Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar, que faria parte de um conglomerado, de forma alaranjada, de um certo político do estado.
Segundo investigações do Ministério Público estadual e Federal, e das polícias Civil e Federal, Rafaely Souza é laranja de Pavocan, proprietário oculto do empreendimento. Diversas apurações apontam o uso do Posto Joyce VII em lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e agiotagem.
Rafaely e Pacovan representam o fio do novelo que pode levar a CPI ao protegido dos, digamos, Renan Calheiros e Omar Aziz do Maranhão. Junto com o nome do presidente da Famem, Erlânio Xavier, o senador aparece como proprietário de dois desses postos, conforme matéria lançada ontem, 15, aqui no site e que estariam na mira da CPI conforme apurou o blog através de seus informantes bem posicionados.
Xavier é conhecido da polícia, juntamente com a ex-prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio.
Há a suspeita de que os postos façam parte de um cartel que determina os preços altíssimos dos combustíveis em São Luís, além de outras irregularidades, incluindo lavagem de dinheiro. São essas e outras denúncias que a CPI pretende apurar, assim que “destravar”…