Depois do sucesso da empreitada para fazer do filho Pedro Lucas seu sucessor na Câmara Federal, onde atuou por vários mandatos, o suplente de senador Pedro Fernandes (PTB) – um dos três candidatos na disputa pela Prefeitura de Arame no pleito deste ano – estava preparando outro filho, Paulo Casé Fernandes, para também entrar na política. Iria lançá-lo candidato a vereador de São Luís na eleição de novembro para preencher o lugar de onde saiu Pedro Lucas, hoje deputado federal.
Estava tudo certo e planejado, mas uma decisão equivocada do presidente do PTB, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, colocou tudo a perder. Tudo começou em agosto, após um encontro de comunistas com o ex-deputado federal Pedro Fernandes (PTB). Naquele mês, aliados do candidato a prefeito de São Luís pelo PCdoB, Rubens Júnior, comemoravam o apoio antecipado dos pedetistas.
Na época, revelaram até os termos: em troca da aliança, Fernandes, que é suplente da senadora Eliziane Gama (Cidadania), assumiria vaga no Senado, diante de uma estratégica licença da titular do mandato. O ex-parlamentar, então concordou e já planejava disputar a Prefeitura de Arame no cargo de senador. Além disso, teria toda estrutura necessária para pavimentar sua eleição na cidade aramense.
Pedro Fernandes saiu da reunião entusiasmado e foi ao encontro do filho, Pedro Lucas para contar a novidade. No entanto, o deputado federal pediu ao pai para não tomar nenhuma decisão antes que ele fosse falar com o senador Weverton Rocha (PDT).
Nesse momento, o governador Flávio Dino (PCdoB) tomou conhecimento de tudo que estava acontecendo, inclusive, das possíveis invertidas do presidente do PDT para atrair o PTB. Foi, então, que pediu ao vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) para ligar com Pedro Lucas pedindo para não tomar nenhuma decisão e prometeu, inclusive, ajudar o projeto politico do seu pai em Arame.
Sabendo da estrategia que estava sendo arquitetada por parte do Palácio dos Leões, “Maragato” ligou para o presidente do PTB desautorizando a fechar com Rubens, resolveu colocar o presidente da Câmara de São Luís, Osmar Filho (PDT) no circuito e pediu para Lucas Fernandes anunciar naquele momento o apoio a Neto Evangelista (DEM).
Assim foi feito. No entanto, foi a partir dessa decisão que as coisas começaram a ‘degringolar’ para a família Fernandes. Tudo por que Pedro Lucas ignorou a sabedoria popular que nos ensina que a pressa é inimiga da perfeição. Desde agosto, o PTB vem provando isso na prática. As portas no Estado se fecharam; o prefeito de São Luís, Edivaldo se afastou de Pedro Lucas e exonerou Moacyr Feitosa da Semed por ter lançado o filho pela legenda petebista.
Um pouquinho mais e tudo se resolvia: o pai seria candidato a prefeito no cargo de senador, o irmão iria ter estrutura para concorrer ao Legislativo ludovicense e Moacyr continuaria como secretário fortalecendo a candidatura do filho.
A decisão errada, entretanto, virou um fracasso. Sem estrutura para bancar a candidatura de dois integrantes da família, o deputado federal viu o irmão Casé Fernandes abrir mão de disputar uma vaga de vereador na capital e começou a observar que os planos do pai, Pedro Fernandes também já estão indo por água abaixo em Arame. Mas a situação pode prejudicar até mesmo a chapa dos candidatos a vereador da sigla em São Luís cujos postulantes reclamam da falta de apoio financeiro ameaçando, inclusive, não apoiar o candidato majoritário.
Decisões equivocadas fazem parte da jornada de qualquer pessoa, mas enfrentar esse tipo de infortúnio nem sempre é fácil, especialmente se os resultados dessa ação tiverem dimensões muito grandes. No caso do PTB, o preço pode ser alto já que o partido deixou escapar duas vitórias que estavam quase garantidas: em São Luís e Arame. O resultado da afobação deverá ter reflexos até mesmo na reeleição de Pedro Lucas em 2022, mas esse é um assunto para a próxima matéria. Aguardem!