O convite público feito pelo PSDB para que Luís Fernando deixe o partido, é na verdade, um “chute” para que o prefeito de São José de Ribamar saia pela porta dos fundos do partido. A saída do ninho tucano é o resultado de um longo histórico político composto por ingratidão, muitas mudanças e principalmente, falta de coerência política sempre em favor de benefícios próprios.
Do inicio da carreira à decadência
Tudo começou após Luís Fernando passar mais de duas décadas servindo a família Sarney, e, graças aos seus serviços prestados ao grupo da ex-governadora Roseana, conseguiu cargos importantes e um patrimônio milionário, como carros de luxos, casa de praia entre outros patrimônios.
Em 2004, deixou de ser auxiliar e foi eleito prefeito pela primeira vez, com apoio do ex-prefeito Jota Câmara, que teve como resposta, a primeira traição de sua vida, e viu centenas de ribamarenses serem demitidos.
Após ser reeleito em 2008, começou então um projeto ousado da Governadora Roseana para fazer de Luís Fernando, um exemplo de político. Emendas, convênios estaduais e federais e muita mídia na poderosa TV Mirante, fez o nome do prefeito ribamarense começar a crescer, e em 2010, chegar ao posto de Chefe da Casa Civil, para logo em seguida assumir como Secretário de Infraestrutura do Estado.
Começava ali, a corrida para fazer de Luís Fernando o governador do Maranhão. Nesse período, o então Secretário de Infraestrutura do Estado rodou a maioria dos municípios assinando ordens de serviços, muitas que nunca sairam do papel, e durante os atos de pré-campanha, sempre atacando o agora governador Flávio Dino (PCdoB). Quem vivenciou essa época, lembra dos vários apelidos dados por Luís Fernando à Flávio Dino e os correligionários do PCdoB, entre eles, o da “Turma do Gogó”.
Rejeitado pelo então Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (MDB), e visto com muita desconfiança pela classe política do Maranhão, o então pré-candidato a Governador não decolava e, diante da difícil eleição que enfrentaria, abandonou o projeto do Grupo Sarney e durante um ano inteiro, simplesmente sumiu.
Em outubro daquele ano, Flávio Dino derrotou o substituto de Luís Fernando, Edinho Lobão (MDB), e foi o bastante para logo nos primeiros dias de seu mandato, em janeiro de 2015, Luís Fernando retornar à mídia, agora como aliado de Flávio Dino, se propondo a atacar o seu ex-grupo no intuito de ganhar a confiança do então governador.
Nos primeiros meses de 2016, ainda durante sua pré-campanha para retornar à prefeitura ribamarense, passou a atacar também o seu ex-aliado Gil Cutrim (PDT). Em outubro foi eleito para o seu terceiro mandato, e ao assumir a prefeitura, mais uma vez, deu um duro golpe na população ribamarense ao demitir mais de mil pais de famílias.
Sem o mesmo projeto da ex-governadora de torná-lo seu sucessor e sem o apoio da poderosa TV Mirante, passou a enfrentar crise diária no município, perdendo a admiração da população e o controle da classe política.
Para não passar vergonha nas urnas, montou a estratégia de criar consórcios de candidatos, tendo para cada cargo, diversos nomes, de grupos diferentes.
Na última semana, ao declarar apoio a reeleição de Flávio Dino, da pré-candidata ao senado Eliziane Gama (PPS) e a meia dúzia de candidatos aos cargos de deputado estadual e federal, todos fora do eixo-político tucano, Luís Fernando mostrou mais uma vez que coloca seus interesses pessoais acima de interesses públicos ou do partido que pertence.
Enfrentando sérios problemas de saúde, a quem diga que tudo isso está sendo feito pelo fato de não ter mais projetos futuros, e talvez, encerrar sua carreira política ao final do mandato, que termina em 2020.