Em defesa da vida e da família, o deputado estadual Wellington do Curso (PPS) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (16), para reafirmar apoio incondicional às crianças com microcefalia. Para o deputado, a microcefalia, apesar dos exorbitantes índices, ainda é uma novidade, o que faz com que a família e o Poder Público não saibam como agir ao enfrentar novos casos.
Ao se pronunciar, o parlamentar mencionou a experiência que teve ao visitar duas famílias que têm crianças com microcefalia e destacou, também, relatos de mães que afirmam não encontrar a sensibilidade e o apoio mínimo do Poder Público.
“Recentemente, tive a experiência de conhecer a luta de duas famílias com histórias e situações financeiras diferentes. Apesar de tantas diferenças, as famílias unem-se pelo drama que vivenciam: ambas tiveram uma criança com microcefalia. Uma situação plenamente ‘nova’ e que, por ser tão nova, caracteriza um desafio ainda maior. De um lado, uma criança de quatro meses com microcefalia, filha de pais médicos; do outro, um bebê de apenas seis meses, do município Santa Helena, que divide um pequeno quarto alugado, localizado no bairro Camboa, com seus outros seis irmãos. Ao acompanhar as mães e ouvi-las, pude perceber que o sentimento que permeia é a instabilidade quanto ao futuro. Elas dizem não saber o que virá e, tampouco, percebem a sensibilidade e apoio por parte do Poder Público. Temos aqui um contexto em que a vida e a sensibilidade dividem um espaço que, infelizmente, está marcado pela negligência, irresponsabilidade e ineficácia de políticas públicas”, lamentou.
Wellington cobrou, ainda, ações por parte do Poder Público e alertou sobre a possibilidade de uma “geração com deficiência”.
“Diante de inúmeros casos de microcefalia, percebemos o nosso despreparo para enfrentar uma novidade negativa, principalmente no que se refere ao direito à saúde e à assistência. As famílias, as mães e o Poder Público não estão preparados para lidar com tais casos. Exemplo disso é o fato de um desses bebês ter nascido em outubro. Lembro-me que apresentamos, em novembro, uma proposição solicitando medidas eficazes por parte do Estado. Como comentário, houve o posicionamento de que ‘não existia motivo para se preocupar com os casos de microcefalia’. Tal comentário, por si só, revela o despreparo em lidar com os casos. Bem sabemos que há o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. No entanto, existe uma grande diferença entre o que está no papel e o que é efetivado. Ora, reconhecemos a importância das campanhas publicitárias e de planos, no entanto, campanhas meramente midiáticas não farão diferença alguma na vida das mães e, tampouco, na vida das crianças com microcefalia. Por isso, mais uma vez, solicito ações efetivas por parte do Estado. Precisamos garantir o cumprimento dos direitos das famílias. Estamos diante da possibilidade de um futuro repleto de crianças com deficiência que, caso o Estado permaneça sem medidas efetivas, serão excluídas socialmente. O Maranhão não está preparado e é preciso admitir isso e, então, apresentar medidas que mudem ou garantam algo. Uma campanha midiática em nada influenciará no futuro de nossas crianças”, analisou o deputado.
Ao finalizar o pronunciamento, Wellington ressaltou a proposição, de sua autoria, apresentada no dia 30 de novembro de 2015, que solicitava medidas efetivas por parte do Governo do Estado no combate aos casos de microcefalia e reafirmou o seu posicionamento em defesa da vida e das famílias do Maranhão. O deputado mencionou, ainda, proposições que serão apresentadas por ele, a exemplo da implantação de um Centro de Assistência às famílias que tenham crianças com microcefalia e, ainda, a realização de um Cadastro Único que sistematize todos os casos de microcefalia no Maranhão.