Parece um prédio abandonado, mas é uma escola infantil da rede pública municipal de São Luís em funcionamento. A UEB Senador Miguel Lins foi atingida, em setembro de 2013, pela queda de uma torre de telefonia e teve parte de sua estrutura destruída, mas o que mais impressiona é que, desde então, nenhum reparo foi feito na unidade.
A escola atende a cerca de 150 crianças em idade de 3 a 5 anos e, além dos destroços, os pequenos convivem com outros problemas graves no ambiente escolar: goteiras, infiltração, falta de manutenção elétrica e hidráulica, infestação de cupins que ameaça a estrutura do prédio e a ligação com quadra de esportes da UEB Luís Viana que permite a invasão acidental de bolas utilizadas na prática desportiva dos alunos maiores no espaço infantil.
“A educação infantil é o primeiro contato da criança com o ambiente escolar. Se essa experiência não for prazerosa, perdemos a oportunidade de gerar um aluno empenhado e produtivo”, avaliou a presidente do Sindeducação, profª Elisabeth Castelo Branco, que visitou a escola na manhã desta quarta-feira, após denúncia de professores sobre o descaso com a reforma das salas destruídas.
Ainda nesta manhã, a presidente do sindicato visitou a UEB Luís Viana, na Alemanha, e constatou mais problemas acumulados que interferem diretamente na qualidade do ensino e aprendizado.
Nesta unidade, foram detectadas sete salas desativadas, segundo a diretora adjunta da escola, por falta de matrículas. Além disso, a biblioteca da escola está fechada desde o ano passado para uma suposta faxina. “Quanto lixo pode ser acumulado dentro de uma biblioteca pequena para exigir tanto tempo de limpeza?”, questionou a profª Elisabeth Castelo Branco. “Os alunos precisam da biblioteca para complementar o aprendizado e a escola não pode privá-los disso sem apresentar uma justificativa razoável”, completou.
Além da biblioteca, a sala de informática também está desativada por falta de instrutor, segundo os professores. No local, computadores novos estão empacotados, sem uso e sem previsão de instalação.
Educação Especial
A escola possui 5 salas de recursos. Na sala de AEE (atendimento educacional especializado), falta mobiliário adequando, pintura, computadores e material pedagógico atualizado. Já nas 2 salas de classe especial (multisseriadas), os alunos do turno matutino e vespertino contam com apenas um instrutor de libras que, aliás, é o único de toda a rede. O professor Noleto Junior, formado em pedagogia e especializado em libras desdobra-se para atender aos alunos de suas 4 turmas e recebe apenas um salário mínimo pelo ofício.
“É uma falta de respeito com o professor, com os alunos e com a educação. Repudiamos essa política distorcida de valorização da Prefeitura de São Luís e nos entristecemos a cada visita com a constatação de tanto descaso e falta de compromisso. Mas continuamos firmes na busca pelas melhorias que a educação pública municipal demanda e contamos com a unidade da categoria para fortalecer nossa luta”, declarou a profª Elisabeth.