Mesmo contra a orientação do advogado de permanecer em silêncio, o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque respondeu ao questionamento feito pela deputada federal Eliziane Gama na tarde desta quinta-feira (19) durante a oitiva na CPI que investiga o esquema de corrupção na estatal.
A deputada maranhense perguntou ao ex-diretor se o filho dele estaria envolvido no esquema ou era mais uma vítima do que ela denominou de “emaranhado de corrupção”.
“Família é um bem inviolável, mas não posso deixar de fazer esse questionamento: tenho informações de que um filho seu mora na Europa e trabalha em uma empresa sócia da UTC Engenharia. Estaria seu filho envolvido nesse esquema, ou seria ele mais uma vítima desse emaranhado de corrupção que se instaurou?”, questionou Eliziane.
Renato Duque rompeu o silêncio e saiu em defesa do filho. Segundo ele, a empresa citada pela parlamentar não tem relação com o esquema.
“Eu faço questão de responder a essa pergunta: A empresa que você citou, não tem nada a ver com a UTC. Vamos desvincular antes de tudo”, enfatizou.
E continuou esclarecendo: “Meu filho trabalhou nessa empresa um tempo em Houston e um tempo no Brasil. Quando ele foi recrutado para trabalhar nessa empresa, eu fiz uma consulta formal no jurídico da Petrobrás se teria algum empecilho e a resposta foi não. Há alguns meses ele não trabalha mais nessa empresa”.
Na primeira intervenção da deputada, no início dos trabalhos da CPI na manhã desta quarta-feira, Eliziane Gama chegou a fazer um apelo a Renato Duque para evitar que a esposa do ex-diretor também seja convocada pela CPI.
“Quero lhe fazer um apelo, e falo isso como mulher, e como parlamentar, pois estou nessa CPI para cumprir o meu papel e dar uma resposta ao povo brasileiro. O senhor pode evitar que sua esposa passe pela situação que o senhor está passando aqui, basta falar e fazer um acordo de delação premiada.”, enfatizou.
O ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque é apontado como um dos principais responsáveis pelo esquema de corrupção. Ele é suspeito de cobrar propina de 2% a 3% dos contratos da estatal.