Em pronunciamento na Câmara Municipal de São Luís, na manhã desta quarta-feira (14), o co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), destacou uma nota de repúdio divulgada pelo Fórum Municipal de Trabalhadores do SUAS contra o desmonte da política de assistência social na capital maranhense.
Segundo o co-vereador, no último dia 06, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Assistência Social de São Luís foram surpreendidos com o ato de exoneração em massa de 96 servidores da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (SEMCAS), órgão responsável pela gestão e execução dos serviços de assistência social na capital maranhense, feito pelo prefeito Eduardo Braide (PSD).
Jhonatan Soares informou que o ato se deu após denúncias realizadas por ele na Câmara sobre um possível esquema de corrupção na pasta que, de acordo com ele, seria liderado pela ex-secretária adjunta Ana Carla Furtado, que respondia interinamente pela Semcas desde a saída da antiga secretária Rosângela Bertollo em maio deste ano.
“O sistema SUAS é muito organizado. Ele possui fóruns próprios, fóruns de trabalhadores e fóruns de usuários do serviço. Recentemente, eles se reuniram para produzir uma moção de repúdio à atuação do prefeito Eduardo Braide em relação à política de assistência social em nosso município”, frisou o parlamentar.
Em seu discurso, o representante do Coletivo Nós disse ainda que, num ato de covardia e desrespeito para com os trabalhadores e população usuária dos serviços do SUAS, Braide numa só canetada exonerou todos os servidores com cargos comissionados da SEMCAS, inviabilizando a operacionalização dos serviços executados pelos CRAS, CREAS, Centros de População de Rua (Centros Pops) e instituições de Acolhimento, além de impossibilitar o fechamento de relatórios de gestão e censos que são feitos no mês de dezembro, essenciais para a liberação de recursos nos meses seguintes.
“Vale dizer que dentre as pessoas exoneradas existem aquelas que há mais de 20 anos dedicam-se à construção do SUAS no município de São Luís, trabalhadores que saem do serviço público com sua reputação manchada, associados/as a atos de corrupção, sem que tenha havido a devida apuração dos fatos e responsabilização dos culpados”, completou.
Ele encerrou seu pronunciamento lamentando a exoneração de 96 servidores e afirmou que esse não é o único problema que se evidencia quanto à política de assistência social em São Luís na atual administração. Na verdade, de acordo com o co-vereador, muitos outros cargos de gestão já estavam vagos há bastante tempo, inviabilizando a oferta de um serviço de qualidade à população usuária e sobrecarregando as equipes técnicas.
“Temos visto, sob a gestão de Eduardo Braide, um desmonte da política de assistência social na capital maranhense com a falta ou insuficiência de serviços e benefícios socioassistenciais essenciais à população mais vulnerável, num município que conta com 119.495 famílias em situação de extrema pobreza, 26.636 em situação de pobreza e 46.657 famílias em condição de baixa renda, segundo dados Ministério da Cidadania”, concluiu.