Este Blog assistiu, pacientemente, o processo de transição da gestão do CRCMA que começou em meados de 2019, com a disputa eleitoral centrada em duas chapas. Muitos golpes abaixo da linha de cintura, conchavos e promessas que dificilmente serão cumpridas. Findou com a eleição do Contador Sérgio Murilo, de forma indireta, para a presidência da instituição.
Não vamos gastar nosso espaço aqui falando das baixarias da campanha e muito menos discutir o sexo dos anjos. Teve de tudo, desde perfis falsos no WhatsApp até o espetáculo de publicar processos e condenações de colegas sem qualquer necessidade ou benefício direto para quem usou desses artifícios. Tudo pelo poder, nada pela Classe Contábil.
O que interessa, aqui, é o processo em si, sua inadequação aos anseios da Classe e a unção de um presidente que nem candidato era para o cargo. De forma inusitada, o grupo que denunciava “acordos espúrios”, fez pacto com amigos e adversários e, no melhor estilo da mitologia alemã, vendeu a alma ao diabo em troca de benefícios imediatos e terrenos. Os conchavos para trucidar possíveis presidenciáveis fez os tramas descritos na obra O Cemitério de Praga, de Umberto Eco, parecer piquenique de jardim da infância.
O efeito mais maléfico desse sistema é que o eleito não era cabeça de chapa, não se lançou presidente e nem apresentou propostas. Ainda, não se submeteu às críticas e questionamentos dos eleitores. Em resumo, não representava a escolha dos eleitores. Para chegar aos fins, ficou na posição de “semianonimato” na campanha, apagado e inerte, para ressurgir das cinzas nos estertores da campanha, quando a vitória já estava garantida. A criatura assumiu o lugar o criador ou essa era apenas uma encenação planejada? Provavelmente, não saberemos tão facilmente, mas o tempo revelará a verdade. O tempo é senhor da razão…
A experiência mostra que tais práticas normalmente não acabam bem. Tal como o Fausto de Goethe, vender a alma ao diabo tem um preço muito elevado, principalmente quando a criatura cria asas e se revolta contra o Mefistófeles. O sucesso, assim como o poder, quase sempre é efêmero. O fim geralmente é trágico e as consequências de uma aventura como essa serão suportadas pela classe, enganada pelo estelionato eleitoral (?).
Vamos aguardar o desfecho desse romance ou, melhor dizendo, dessa aventura. Novos capítulos serão analisados aqui.
Aguardem…