“Políticas Públicas e a mulher idosa maranhense”. Este foi o tema abordado pela deputada Helena Duailibe (Solidariedade) em palestra que proferiu na tarde desta sexta-feira (3), durante o “II Fórum sobre Políticas Públicas e Envelhecimento”, no auditório Fernando Falcão, promovido pela Pastoral da Pessoa Idosa, da Igreja Católica.
A parlamentar destacou que as ações em defesa do idoso, de um modo geral, devem obedecer a uma harmonização entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como uma sincronia entre as três esferas de poder (federal, estadual e municipal). Helena Duailibe afirmou que são políticas que devem obedecer a critérios como o do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O SUS foi instituído em 1988 e continua dando certo até hoje. Quando falamos em envelhecimento, temos que observar vários fatores, principalmente quanto ao aspecto sócio econômico. O idoso não pode ser considerado como um estorvo na família, mas isso acontece muito, e leva a problemas como a solidão, pela falta de afeto e à depressão”, destacou a deputada.
Helena Duailibe afirmou ainda que as mulheres são mais cuidadosas com a saúde do que os homens, mesmo sendo mais atarefadas, uma vez que muitas delas trabalham fora, são chefes de famílias e tem que cuidar da casa. Disse que, mesmo assim, ainda encontram tempo para seus exames preventivos, suas consultas.
A deputada apresentou números levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apontando que, no Brasil, 28 milhões de pessoas estão na faixa etária dos idosos, que começa aos 60 anos, percentual que deve ser elevado em 25% até o ano de 2060. Para ela, os gestores públicos devem estar preparados para tal demanda.
Na condição de médica, a parlamentar afirmou que os idosos necessitam de muitos cuidados, principalmente no que concerne à saúde. “A pessoa pode ser idosa, mas não pode ser descuidada. Deve priorizar ações de saúde preventiva, como na questão nutricional e buscar atividades físicas”, assinalou.
Ela destacou como extremamente positivo o II Fórum que tratou do envelhecimento, acrescentando que participou do primeiro e anunciou que a terceira etapa do evento em São Luis, com certeza deverá ser realizado num espaço maior, levando em conta que muitas pessoas não puderam fazer suas inscrições, por conta da grande procura.
O Fórum foi aberto pelo promotor de Justiça da Vara de Defesa da Pessoa Idosa, José Augusto Cutrim Gomes. Ele discorreu sobre os problemas enfrentados pelos idosos, o que acarreta uma grande demanda junto ao Ministério Público.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, médico cardiologista Marcelo Queiroga, um dos palestrantes, focou nos principais problemas de saúde da pessoa da terceira idade, a exemplo da hipertensão, problemas cardiovasculares e diabetes.
A religiosa Terezinha Torteli, que é enfermeira e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, falou sobre o apoio da entidade nas políticas públicas em defesa do idoso. Ela disse que esse Fórum deve servir como exemplo para o Brasil, na construção da Rede Nacional de Apoio e Defesa da Pessoa Idosa (RENADPI).
A mestre em gerontologia Maria Lúcia Secoti Filizola, presidente do Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos (CNDI), jogou um foco de luz sobre os principais problemas das pessoas de terceira idade no Brasil. A exemplo dos demais palestrantes, exortou a sociedade para uma análise mais aprofundada sobre a questão do envelhecimento no Brasil.
Arlete Pontes, coordenadora do Programa de Ação Integrada para o Aposentado (PAI), do Governo do Estado, ressaltou que o referido Fórum foi um evento marcante sob todos os aspectos, porque aborda uma questão de prioridade em todo o Brasil. Disse ela que o idoso não deve ser excluído e nem alvo de preconceito, mas ser tratado com carinho, com amor e com respeito.
Aos 80 anos, Maria do Socorro Lima, que é aposentada como operacional de serviços diversos do Estado, afirma não enfrentar tantos problemas, porque tem saúde, sabe conduzir sua vida e conta com apoio da família. Mas ressalta que um os seus dramas é o serviço público, principalmente no que se refere ao transporte coletivo. “Não existe a educação nos ônibus e muitas das vezes, os lugares destinados aos idosos são ocupados por jovens. Também tem a questão do motorista que não para o veículo quando pedimos parada”, afirmou.
Justino Mota Mafra tem 78 anos e reside no município de Porto Rico, no litoral norte do Maranhão. É dirigente da Colônia de Pescadores e tem reclamações as mais diversas prontas na ponta da língua, principalmente quando o assunto é órgão público. Critica principalmente o INSS, alegando que o atendimento é precário e outros ministérios, principalmente quando quem os procura são os idosos.