Ontem refletindo um pouco sobre o desastre na cidade mineira de Mariana, percebi o quanto de conicidências existem na política de minha cidade, o rompimento da barragem não apenas causou mortes, causou uma enorme destruição por todas as cidades onde passou os detritos de mineração, o meio ambiente que antes agonizava apenas com degetos muitas vezes in natura, talvez hoje perceba o quanto era feliz e não sabia. Foram dizimadas várias espécies de peixes e outros animais, o abastecimento de água está recolhido na maioria das cidades, castigaram o nosso povo na incessante busca pelo poder advindo da mineração.
Quantas catástrofes ainda serão necessárias para que empresas sejam mais responsáveis e o governo seja mais criterioso e fiscalizador?
Hoje fico entristecido com as condições sub-humanas a que somos agraciados em nosso município; A educação é um verdadeiro caos; a saúde adoeceu; a infraestrutura só está tapando buracos em outros setores; Nossa água foi duramente negociada com forasteiros inidôneos; Nossos mangues condenados por uma falta de fiscalização ambiental; nossa agricultura familiar esquecida ou trocada politicamente; O lixão é motivo de negócio; Na Assistência Social virou caso de bandecos; processos não andam ou no mínomo participam de uma brincadeira de esconde esconde e, o povo é colocado à margem de uma catástrofe sem precedentes, tantas falcatruas, escândalos se sucedem sem que nada de palpável aconteça, o povo é colocado em abrigos políticos como moeda de troca, muitos não conseguem enfrentar O MAR DA LAMA burocrática imposta pelo rompimento dos direitos das políticas públicas, outros ainda tem que mendigar informações, pois a lei de acesso não lhe é garantida.
Parece que acontece em nosso meio o que os epimiologistas chamam de “saturação dos suscetíveis”, parece que diante de tanta lama a que somos expostos sem que nada aconteça, criamos um certo tipo de resistência às irregularidades, nada parece ruim, tudo é compreensível e aceitável, sendo assim tudo parece tão comum e a lama a que somos submetidos vai ser perfeitamente esquecida rapidamente.
Diante deste belo quadro, sou forçado a dizer: “Minha caixola não me engana, aqui também É MARIANA”
*Sebastião Cavalcante é analista político no município de Paço do Lumiar