GOVERNOS BAGUNÇADOS x CRIME ORGANIZADO = SOCIEDADE DESESPERADA
É inaceitável que tenhamos de conviver com governos bagunçados e com o crime organizado.
Diante da violência galopante e de uma insegurança generalizada, as pessoas todas se reorganizam ante a desestruturação dos poderes públicos constituídos numa tentativa desesperada de fazerem alguma oposição a ladrões, assassinos, sequestradores e correlatos.
Eu iniciei este post afirmando que toda essa situação é ‘inaceitável’ com o propósito de provocar a crítica para uma desgraça tão lamentável quanto a da violência, a saber, a nossa passividade diante do mal. Nós estamos, infelizmente, nos acostumando ao pior como se esse fosse, já, parte de uma normalidade doentia.
Em menos de 10 meses e já são mais de 400 assaltos a ônibus em São Luís. As pessoas estão se “reorganizando”, se “ajustando” diante dessa realidade miserável. Agora as pessoas saem de casa com 02 (dois) aparelhos celulares: 01 escondido sabe-se lá aonde e 01 para usar como moeda de troca; como barganha mesmo pela manutenção da própria vida. Detalhe: para não suscitar a raiva ou a desconfiança do bandido, o segundo aparelho precisa ser o melhor. Um passageiro armado, tentando se defender, mata o ladrão e mata também uma jovem que era tão vítima quanto ele. Um idoso se atraca com um bandido jovem e tem a sua vida ceifada porque fez da sua coragem um ato de repúdio à covardia da bandidagem e de governantes. Uma Senhora, tentando desesperadamente se manter viva, se atira janela a fora de um coletivo em movimento. E foi fugindo da presença de criminosos, diante da ausência estatal que ela acabou por encontrar a morte. Diante de tudo isso, o governo federal quer instituir e cobrar mais impostos. O governo estadual bate palmas para essa iniciativa e tem a cara de pau de afirmar que a violência caiu em 30% na capital, enquanto que o governo municipal destina 23 milhões para a comunicação e menos de 300 mil para a segurança. Enquanto as facções dominam os territórios, se revelam fortemente armadas, possuem líderes e liderados, logomarcas e até papel timbrado, o poder público segue descumprindo o seu real papel.
Até quando?
*Fábio Câmara é vereador de São Luís