A TV Maranhense, afiliada da Band no estado do Maranhão, tomou uma atitude controversa nesta segunda (25), que está repercutindo nas redes sociais.
A emissora de posse do ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembléia Legislativa do Maranhão, Manoel Ribeiro, suspendeu o cinegrafista Osvaldino Lisboa (FOTO), por este ter reclamado de não receber salários desde março para a direção da emissora.
A TV Maranhense está em situação complicada. Segundo fontes ouvidas pela reportagem do NaTelinha, os salários de vários profissionais – não só o de Osvaldino – estão atrasados desde março e não há qualquer perspectiva de pagamento. Além disso, os equipamentos do canal estão sucateados e profissionais trabalham com pouquíssima estrutura.
As coisas pioraram desde o início do ano para cá, quando o deputado dono da emissora perdeu o seu mandato, já que não conseguiu se reeleger. A crise é tamanha, que a emissora não conseguiu colocar no ar o seu sinal digital, prometido desde 2012, e acabou perdendo a concessão para tanto, tendo adiado o lançamento por período indeterminado.
A TV Maranhense é afiliada da Band desde 2005, e não é de hoje que provoca polêmica. Em 2006, a emissora foi acusada de apoiar explicitamente em seus programas a Família Sarney, já que o seu dono é grande amigo de José Sarney.
Na época, o canal foi condenado duas vezes – uma vez em setembro e outra em outubro – pelo juiz do TRE-MA, Cardoso Filho, que determinou a suspensão por dois dias do programa “O Povo com a Palavra”, apresentado pelo radialista Jairzinho da Silva, e condenou a emissora ao pagamento de multa no valor de R$ 40 mil. O pedido de suspensão do programa foi movido pelo candidato a deputado estadual Aderson Lago (PSDB), que acusava o radialista de emitir opiniões favoráveis a candidata ao governo do estado, Roseana Sarney (PFL), e de fazer comentários ofensivos aos candidatos da oposição.
Já em 2014, o canal fez um debate político entre os candidatos Flávio Dino (PC do B) e Edinho Lobão (PMDB), que foi considerado na internet “o mais desorganizado da história da televisão brasileira”. Marcado para as 22h30 do dia 20 de setembro, o debate começou por volta das 23h, devido a atrasos no sorteio da ordem de perguntas nos blocos que seriam apresentados, bem como em função de uma confusão ocorrida entre as lideranças partidárias de um dos candidatos.
Para solucionar o problema, a emissora exibiu episódios gravados de séries pela Band, que eram costumeiramente utilizadas como tapa-buraco na programação. Quando começou, o debate foi acusado de ser tendencioso para o lado de Lobão, apoiado pela Família Sarney. Em dado momento, o microfone de Dino chegou a ser cortado para que ele não pudesse falar sobre processos de Lobão na Justiça.
Depois do fato, a emissora foi bastante criticada por internautas e jornalistas da região, que detonaram a postura do mediador, bem como a desorganização de todo o debate.