“Desde a última sexta feira 4 funcionários da DSEI, distrito sanitário de saúde especial indígena, e mais duas pessoas ligadas a uma ONG e a VALE estão sendo mantidos reféns na aldeia maçaranduba, na localidade de Alto Alegre, os indígenas da etnia guajajaras reivindicam melhores condições de saúde no local, exigem a presença do coordenador do DSEI, Alexandre Cantuária para negociar diretamente a liberação dos reféns e o cumprimento das exigências.
O fato é que a equipe que lá está presa foi ao local justamente para tratar dessas melhorias, que envolvem inclusive participação da VALE DO RIO DOCE, no entanto parece que já estava tudo tramado para que a ação dos indígenas acontecesse, recebi informações de outros funcionários que a própria FUNAI, providenciou a ida de outros indígenas de aldeias próximas, depois do fato ocorrido, para participar da ação. Existe, segundo esse funcionário uma rixa entre a FUNAI e o DSEI desde que a questão da saúde indígena passou a der atribuição da DSEI e não mais da FUNAI. O coordenador do distrito afirma que somente irá ao local com a proteção da polícia federal, que por sua vez parece evitar entrar na área dos indígenas. Já se cogita acionar a força nacional.
Enquanto isso já se passam 4 dias que os funcionários estão reféns, sofrendo a todo momento pressão psicológica, e as poucas informações que chegam são todas extra oficiais. Em visita a superintendência da PF, hoje pela manhã, a única informação repassada foi que existia uma ocorrência do fato no sistema e que uma equipe havia se deslocado no sábado para o local e retornado no mesmo dia sem nenhuma definição de ações. Agora a pouco um funcionário do DSEI informou que foram liberados apenas dois dos seis (os dois homens que por coincidência não eram funcionários do Dsei).”
Relato enviado do Blog
Índios Guajajara liberam dois reféns no Maranhão
Dois homens foram liberados na manhã desta segunda-feira (13).
Mais quatro funcionárias do Disei ainda permanecem na aldeia.
De acordo com os policiais, os dois homens liberados fazem parte do quadro de funcionários de uma empresa que estava realizando obras dentro da aldeia. A polícia agora tenta a liberação de uma psicóloga, uma engenheira ambiental, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem, funcionárias do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Disei) que haviam se deslocado até a aldeia para realizar um trabalho de educação ambiental com a comunidade indígena.
Sobre a situação na aldeia Maçaranduba, o coordenador do Disei, Alexandre Cantuária, disse ao G1, por telefone, que está acompanhando toda a negociação. Ele afirma que as quatro funcionárias, até o momento, se encontram bem. Para ele, a postura dos indígenas em prender funcionários de um órgão que só visa o bem estar deles deve ser considerado um crime. “As pessoas que estão mantidas como reféns na aldeia só estavam realizando o seu trabalho. Elas trabalham em favor dos próprios índios e mantê-las em cárcere em ato criminoso. Nós não compactuamos com essa situação”.
Ele acrescentou que está aberto a um diálogo com os índios. Mas ressalta que isso só acontecerá após a liberação das funcionárias do Disei. “Eu posso e quero conversar com a comunidade indígena, mas isso só irá acontecer depois que todas as funcionárias do Disei forem liberadas. Caso contrário, não poderemos entrar num acordo”, explica o coordenador.
Lideranças indígenas da aldeia Maçaranduba exigem melhores condições de saúde no local e uma melhor infraestrutura no polo-base de saúde. Cerca de 400 índios atualmente residem na aldeia Maçaranduba.