O governador do Maranhão, Flávio Dino, que tenta alçar um voo rumo ao Palácio do Planalto, concedeu entrevista ontem (23), ao Programa Roda Viva da TV Cultura, apresentado pela editora do Painel da Folha, Daniela Lima.O programa consiste em um entrevistado posicionado no centro de uma arena de onde responde às perguntas de entrevistadores selecionados entre jornalistas dos principais veículos da imprensa brasileira, bem como especialistas na área de atuação do entrevistado.
A Jornalista Juliana Coissi, editora-assistente coordenadora da Agência Folha, deu uma enquadrada no governador ao fazer a seguinte pergunta: “Pensando em ganhar a eleição em 2020: Falta a esquerda fazer um mea culpa*, fazer uma autocrítica mais clara, tentando pegar esse eleitor que está indeciso, que não é um convertido”?
No primeiro momento, Dino apelou para “as divindades”, dizendo que “perfeição é um atributo divino”. Depois, viajou na maionese e levou a sua réplica pra outro lado, tentando atacar Bolsonaro, dizendo que “a esquerda está fora do poder há quase 4 anos”. Sobre a “brutal recessão” e os 3 milhões de desempregados, Dino disse que “não somos culpados sozinhos”, fazendo referência aos quase 14 anos que o PT passou no poder, tentando jogar a fatura para os ainda não completos 3 anos da atual gestão federal.
Depois deu uma aula de anatomia, falando que “ser esquerda é tão bom, que o coração está do lado esquerdo do peito” [ipsis verbis].
Cansada de tanta retórica, Coissi percebeu que Flávio Dino estava fugindo da sua pergunta e reiterou: “Qual seria a mea culpa que os partidos de esquerda deveriam fazer pensando em conseguir o voto ano que vem”?
Percebendo que não teria escapatória e completamente enquadrado, Dino lançou um fogo amigo contra seus líderes Lula e Dilma.
Veja:
*Mea culpa é uma frase latina, no caso ablativo, e, em português, pode ser traduzida como “minha culpa”. O caso ablativo, no latim, dá a ideia de causa, sem a necessidade da preposição.