As autoridades policiais e o Ministério Público devem agir com urgência pela elucidação do caso de Jerder Pereira da Cruz, que faleceu de forma cruel e bárbara após um episódio de surto psicótico. Jerder, um homem diagnosticado com esquizofrenia, foi brutalmente agredido por moradores do bairro Novo Horizonte, em Paço do Lumiar, após um surto que, segundo familiares, o levou a comportamentos violentos. No entanto, as circunstâncias de sua morte não podem ser tratadas com indiferença, principalmente considerando a denúncia de linchamento e a omissão no atendimento policial. A sociedade e os familiares exigem respostas claras sobre as responsabilidades envolvidas e o tratamento dado ao caso.
De acordo com o relato de Fabiana Louzeiro, companheira de Jerder, ela tentou, sem sucesso, solicitar ajuda da Polícia Militar desde o início do incidente. Contudo, foi informada de que o caso não era de competência da polícia, sendo orientada a buscar apoio do SAMU ou dos bombeiros. Esse tipo de resposta por parte das autoridades é inaceitável, especialmente considerando que a situação envolvia um paciente psiquiátrico em crise. O protocolo que estabelece que o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar só devem atuar após o acionamento do SAMU para atendimento de pacientes psiquiátricos pode ter contribuído para a demora na intervenção e, consequentemente, agravado o quadro de violência. Uma abordagem rápida e coordenada poderia ter evitado a tragédia.
Além disso, o fato de Jerder ter sido encontrado amarrado, sem roupas e com sinais claros de tortura e agressões graves, incluindo a perda de dentes, revela a brutalidade com a qual ele foi tratado. A omissão de uma resposta adequada por parte das autoridades públicas não pode ser ignorada. É imprescindível que a Polícia Civil, junto com o Ministério Público, investigue a fundo os detalhes desse caso, incluindo a possível caracterização do linchamento e a negligência no atendimento que contribuiu para a morte de Jerder. O não acolhimento da vítima, que estava em um surto psicótico, é uma falha grave que precisa ser apurada.
A dor e o desespero da família de Jerder são palpáveis, e a exigência por justiça é legítima. A esposa de Jerder, que está grávida de 5 meses e tem dois filhos com ele, sendo também mãe atípica, narra o sofrimento de ver seu companheiro em sofrimento sem conseguir a ajuda necessária, e a comunidade também está indignada com a violência que foi infligida ao homem em crise. A sociedade precisa de respostas para entender como e por que o caso foi tratado com tamanha negligência e violência. As autoridades devem se comprometer com uma investigação transparente e célere, para que os responsáveis pela morte de Jerder sejam identificados e levados à justiça.
Por fim, não podemos permitir que casos como o de Jerder se repitam. A vulnerabilidade de pessoas com transtornos psiquiátricos deve ser tratada com seriedade pelas autoridades, que precisam adotar medidas adequadas para evitar que, em situações como essa, a violência seja vista como uma solução. A morte de Jerder precisa ser esclarecida, e todos os envolvidos devem ser responsabilizados, para que essa tragédia não passe impune. A Polícia Civil e o Ministério Público devem garantir que o caso seja conduzido com a atenção e o rigor que ele exige, e que a memória de Jerder seja honrada por meio da busca pela justiça.
O blog voltará a abordar sobre o caso…