O Ministério Público do Maranhão (MPMA) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra o prefeito de Rosário, José Nilton Calvet Filho, sua família e empresas ligadas a eles, no dia 2 de setembro, por suspeitas de improbidade administrativa. O motivo da ação são movimentações financeiras sem origem identificada, envolvendo também contratos firmados entre a administração municipal e outras empresas. O valor da ação busca ressarcimento de mais de R$ 3,3 milhões por supostos danos causados ao erário público.
Entre os principais acusados estão familiares diretos do prefeito, como sua esposa, Francisca Rocha Calvet, seu irmão Jonatha Carvalho Calvet, e sua cunhada, Dulcimary Bezerra Desterro. Além deles, diversas empresas e seus sócios foram incluídos na ação, sob a suspeita de participarem de esquemas de lavagem de dinheiro. As investigações apontam que Dulcimary teria realizado transações financeiras atípicas, como o pagamento de R$ 50 mil em espécie na compra de um imóvel, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
As apurações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), revelaram uma incompatibilidade entre os rendimentos declarados pelo prefeito e sua família e o patrimônio acumulado desde 2021, primeiro ano de seu mandato. A promotoria constatou que as despesas da família, incluindo a educação das filhas em instituições privadas de ensino, ultrapassam significativamente o salário bruto de R$ 15 mil do prefeito, sugerindo enriquecimento ilícito.
O relatório da investigação financeira mostrou que a maior parte dos valores recebidos pelo prefeito, cerca de 70%, provém de depósitos sem origem identificada, o que levanta suspeitas de lavagem de dinheiro. A mesma irregularidade foi observada nas contas da esposa e do irmão do prefeito. A ação busca, além do bloqueio de bens, a condenação dos envolvidos por enriquecimento ilícito e outras práticas ilegais.