A obstinação do senador Weverton Rocha pelo poder é tão grande que começa a se utilizar da vulgaridade na corrida eleitoral. Baseado em uma estratégia infantil, certamente nascida de alguma rodada de ideias de seus “gênios” do marketing, desde a confirmação de que Brandão será o pré-candidato apoiado pelo grupo governista, Rocha e seus aliados passaram a chamá-lo de ‘doutor’, numa clara tentativa de afastá-lo do contato direto com o povo.
Antes, os funcionários do senador, espalhados por rádios e blogs pelo estado, se referiam ao vice-governador como um ‘coroné’, o que não ficaria bem, partindo de um senador. Assim, arrumaram um termo que o deixasse menos popular e mais elitista.
Enquanto o senador é apresentado como um filho de gente humilde, Brandão é tratado como alguém que teve as melhores oportunidades na vida, como se isso o tirasse a possibilidade de se tornar um grande governador.
Weverton só se esquece de que a verdadeira linha que o separa do atual vice-governador é a da probidade, da honestidade e do zelo com o bem público. Atolado em uma pilha de processos, em sua maioria por improbidade administrativa, o senador, que acumula um patrimônio incalculável e injustificável, vive uma vida de rei, muito distante daquela que ele mesmo tenta vender.
Enquanto isso, muito embora tenha se formado em medicina veterinária, Carlos Brandão, que não responde a nenhum processo e é ficha limpa, não tem título de doutor – o que não seria problema algum se por acaso tivesse – e vive longe de ostentação e dedicado à gestão.
O senador, pautado por estrategistas de botequim, mais uma vez demonstra uma falta de maturidade suficiente para ser posto, definitivamente, no lugar correto da história. O lugar reservado àqueles que atropelam seus grupos políticos e colocam suas pretensões pessoais acima de qualquer interesse comum.