Mesmo num cenário bem pior do que o Maranhão, a Justiça do Ceará rejeitou pedido para que fosse decretado Lockdown no estado. Diante disso, a pergunta que alguns maranhenses fazem nos últimos dias é: Porque decretar Lockdown no MA? E aí alguns fatos intrigantes começam a acontecer e ser melhor analisados.
Logo após decretar Lockdown, o Juiz Douglas Martins começou a aparecer em uma série de lives com alguns políticos maranhenses aliados do Palácio dos Leões. O Juiz já é conhecido pela sociedade maranhense por decisões que normalmente chamam atenção da população.
Com a decisão, o Maranhão ganhou destaque no noticiário nacional e estadual, tudo que o governador Flávio Dino gosta. Aliás, já tinha feito isso com o “drible” na Receita Federal na aquisição de respiradores, ato esse que está sob investigação. O Lockdown notoriamente passou a ser uma plataforma política e não uma necessidade realmente.
Mas, como justificar a decisão judicial? Aí entrou a “manipulação de dados” da Secretaria de Saúde do Estado (SES). Poucos dias antes da decisão a SES, sem explicação alguma, retirou dos dados oficiais 22 leitos de UTI, o que por si só já elevaria o percentual de ocupação dos leitos, argumento utilizado para justificar o Lockdown.
Como se não bastasse, precisavam dizer que o número de casos tinham aumentado consideravelmente, pra não dizer absurdamente. Então, um dia antes da decisão judicial, a SES publicou um boletim com aumento de mais de 100% no número de casos. Em outras palavras, houve duplicação no número de casos um dia antes da decisão do Lockdown.
Decretado o “bloqueio”, entram em cena os políticos pré-candidatos em São Luís, emoldurados pelo “Juiz Mídia”. O palco estava pronto. Tendo já colhido os frutos da mídia, os dados da SES começam a melhorar. No dia 3 de maio, o Maranhão acumulou 5 dias consecutivos de queda no número de mortes e novos contágios. Os dados mostram que não há justificativa nenhuma para a decisão, a não ser que o objetivo não fosse controlar a pandemia. Triste e lamentável…