O mandatário maior do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) estuda privatizar o sistema de abastecimento de água do Estado, que abastece a cidade de São Luis capital e vários outros municípios maranhenses e que engloba milhões de usuários do sistema. Para isso, segundo o próprio Dino, o governo estadual aderiu à proposta do Programa de Parceiras Públicas Privadas (PPPs) e Concessões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) do governo federal, que financia, através de empréstimo vários programas do governo do estado nos municípios.
A declaração de que o governo estuda privatizar o sistema foi dado pelo governador em entrevista ontem, na Rádio Timbira AM, que é a rádio oficial do governo estadual, onde Dino, num pool de 35 emissoras afiliadas fez um balanço dos dois anos de sua gestão. Da entrevista, direto de São Luis, participaram jornalistas, radialistas e blogueiros de todo o estado, presentes no Studio da rádio, por telefone ou através das redes sociais. A entrevista foi conduzida pelo radialista Gilberto Lima que tinha ao seu lado o “lugar tenente” do governador o secretário Márcio Jerry.
“Não interessa a cor do gato o que interessa é que ele mate o rato”, disse o Dino cintando um provérbio. “Pro cidadão não interessa de onde está vindo a água. Se a empresa é estadual, municipal ou concessão, o que interessa é que abra a torneira e saia água com um preço justo. Essa é nossa meta e por isso nós estamos com esses novos caminhos”, disse o governador.
O governador admitiu que o problema do desabastecimento ainda é um gargalo em seu governo. Dino disse que o governo conseguiu inaugurar algumas obras no setor, mas reconhece que a dívida com a população ainda é imensa na capital do estado e nas zonas rurais das cidades e nas zonas urbanas importantes do Maranhão e o problema é tão grande que não comporta uma solução simples e única e que nesse momento o governo trabalha numa “cesta de soluções”, disse.
De acordo com Dino, antes de aprovar esse estudo de privatização, que deverá ser entregue ao Estado pelo BNDES daqui a seis meses, ele fará uma nova entrevista coletiva e se reunirá com os deputados – notadamente os da base governista – para decidir sobre o assunto.
Mas, esclarece o governador que essa não é uma decisão política, pois em primeiro plano, antes da privatização, está a recuperação da CAEMA – Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão, que está recebendo investimentos do próprio BNDES através de empréstimos contraídos pelo governo. Dino disse também que foi criado um fundo com aumento de capital com esses recursos e que além disso uma parte dos recursos do Programa Estadual de Combate à Pobreza será usado para a perfuração de poços na Zona Rural. As obras, segundo o governador, foram licitados e os prefeitos que receberão os benefícios foram informados da necessidade de convênios para a manutenção desses poços e do sistema simplificado nos municípios.
A entrevista do governador sobre esses os demais assuntos debatidos durante a entrevista coletiva será veiculada amanhã, na Rádio Comunitária FM de Timon, durante o programa Tribuna Independente apresentado por Eliésio Silva,
Outros estados
A exemplo do Estado do Maranhão, o governador do Piauí Wellington Dias (PT) já iniciou o processo de privatização da Agespisa, mas o processo está sub judice, pois a empresa que ganhou o processo licitatório para explorar o fornecimento de água no estado a AEGEA Saneamento está sendo questionada pela segunda colocada no processo licitatório, que aponta irregularidades no processo para favorecer a ganhadora.
Que empresa é essa?
A AEGEA Saneamento detém o abastecimento de água em várias cidades de sul e norte do pais, tendo sido Timon a primeira cidade no Nordeste como porta de entrada em seu projeto de comandar e controlar todo o sistema de abastecimento do país, transformando-os de públicos para concessões privadas.
O prefeito Luciano Leitoa (PSB), amigo e aliado do governador Flávio Dino foi quem introduziu a empresa no Maranhão, talvez, até por sugestão, o governador também esteja encantado com a solução que foi dada a Timon com a privatização do sistema, que até hoje não conseguiu resolver o problema do desabastecimento e da qualidade da água servida aos timonenses diretamente das torneiras pela Águas de Timon, mas de uma coisa o timonense tem certeza, o valor da tarifa, em comparação com Teresina é muito maior do que vinha sendo praticado antes da privatização, pode ser que com a privatização do sistema no Piauí e a abrangência da Capital o valor em Teresina que era relativamente mais baixo venha a se equiparar aos altos valores cobrados em Timon.
Fonte: https://www.portalaz.com.br