Nesta semana a Fiat dá o segundo passo rumo ao seu futuro no Brasil. Após o lançamento da Toro, que colocou a marca num segmento até então inédito para ela, agora a marca apresenta o Mobi, sua nova visão de compacto urbano, para atuar no lugar do Uno Vivace e, com o tempo, também aposentar o Palio Fire. Mas isso é apenas o começo das mudanças na empresa, agora regida pelo Grupo FCA e com o alemão Stefan Ketter na presidência da filial brasileira.
Ketter teve como mais recente missão instaurar o padrão de qualidade da nova fábrica de Goiana (PE), que produz a Fiat Toro e o Jeep Renegade, na unidade de Betim (MG). Tanto é que o Mobi sairá de Minas Gerais como o modelo mais bem construído daquela fábrica desde a inauguração, em 1976, segundo soubemos de uma fonte ligada à Fiat.
Até então, a Fiat estava presente em diversos segmentos e com modelos que acabavam brigando entre si. Isso deverá ficar no passado com a nova gestão. A marca deverá atuar em segmentos específicos, mais desejados pelo consumidor atual, e com estratégias mais específicas. Quer um exemplo? A linha de médios, hoje composta por Bravo e Linea, deverá ser importada, devido ao baixo volume, sendo preenchida pelos novos Tipo hatch e sedã. Listamos a seguir o que deverá acontecer com cada modelo nos próximos anos:
Uno: até o fim do ano receberá o novo motor 1.0 GSE de 3-cilindros, que virá acompanhado de outro facelift na dianteira. Vai assumir a vaga de principal compacto da marca (Mobi é sub-compacto), incluindo também o uso do motor 1.4 da nova família GSE, direção elétrica, sistema start-stop e controle de estabilidade ESP.
Mobi: ganhará o novo motor 1.0 3-cilindros GSE em sua versão mais cara em abril de 2017, mas ainda manterá o 1.0 Fire por mais algum tempo nos modelos de entrada.
Palio: sem mudanças significativas previstas para ele, perderá a versão Fire (de carroceria antiga) em breve e também não deverá resistir à estreia do X6H, hatch substituto do Punto que pode também tomar o lugar do atual Palio se as vendas continuarem baixas – ele despencou para além do décimo lugar no ranking da Fenebrave nos dois últimos meses.
Punto: dará lugar ao hatch X6H, já flagrado em testes de rodagem (acima). Será lançado em 2017 com motores 1.4 GSE, 1.6 e 1.8, incluindo direção elétrica, sistema start-stop, controle de estabilidade ESP e câmbio automático de seis marchas (mesmo da Toro) na versão 1.8. Será maior que o atual Punto, com ênfase no espaço.
Grand Siena e Linea: darão lugar ao X6S, derivação sedã do projeto X6H. Também com aposta no espaço interno, será uma espécie de Cobalt da Fiat – no tamanho e no posicionamento. Será fabricado na Argentina, mas o projeto está sendo todo tocado pela filial brasileira. Terá as mesmas novidades técnicas do hatch.
Strada: Única da linha atual que ainda é sucesso de vendas, deverá ser mantida sem muitas novidades nos próximos anos. Deverá ganhar o motor 1.4 GSE no lugar do 1.4 Fire futuramente e, dependendo do sucesso da Toro, poderá perder algumas versões mais caras para apostar mais no segmento de entrada e de uso comercial.
Weekend e Idea: serão substituídos por um inédito crossover compacto que, pelo que sabemos, partirá da plataforma 326/327 dos atuais Uno e Palio.
Bravo: hoje com volume baixíssimo, deverá ser descontinuado em 2017. Para o seu lugar, a Fiat estuda a importação do novo Tipo hatch (acima). E, para não ficar de fora do segmento de sedãs médios, deverá trazer também o Tipo três-volumes (abaixo). Mas não são carros que a Fiat enxerga volume suficiente para produzi-los localmente, segundo fontes ligadas à marca.
Toro: poderá ganhar uma inédita versão de entrada com câmbio manual e motor 1.8. Além disso, o 2.0 Tigershark flex (que será usado pelo novo Jeep Compass) poderá equipar uma versão automática intermediária entre a 1.8 e a 2.0 diesel. Também não está descartada a ideia de uma cabine simples, caso haja mercado.
500: segue importado em baixos volumes, como carro de imagem. Deverá chegar na versão reestilizada (acima) assim que ela começar a ser produzida no México, de onde chega o modelo atual.