A deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) cobrou, nesta quarta-feira (5), na reunião da CPI da Petrobras, foco nas investigações realizadas pelo colegiado. Segundo a parlamentar, a CPI precisa de cautela na votação de requerimentos e criticou aprovações realizadas a toque de caixa. Para ela, a comissão corre risco de perder tempo e não conseguir dar uma resposta satisfatória para a sociedade.
Eliziane Gama afirmou que os objetivos principais da CPI não estão sendo levadas em consideração. Ela destacou que a comissão aprovou requerimentos importantes, mas questionou a importância da convocação de pessoas, que para a deputada, não acrescentarão as investigações realizadas pelos parlamentares.
“Estamos correndo contra o tempo para a aprovação de requerimentos, mas outro dia aprovamos mais de cem sem realizarmos a devida avaliação. Entendo que se não fosse assim não conseguiríamos aprovar as proposições. Devemos ter cuidado para não instrumentalizar a CPI. Precisamos de um foco maior ou corremos o risco de perder tempo e não dar as devidas respostas que a sociedade tanto anseia”, disse.
Na reunião, a deputada cobrou também acesso às informações da Kroll, empresa contratada pela Câmara e responsável em identificar contas bancárias suspeitas e repasses ilegais ao exterior de investigados na Operação Lava Jato. Para Gama, sem os dados todos os integrantes da CPI estão, aos olhos da sociedade, sob suspeição. Por determinação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o contrato da empresa com a CPI está sob sigilo até 2020.
Executivo assume sociedade
A Comissão também ouviu hoje o presidente Mitsui, Shinji Tsuchiya. A empresa é suspeita de participar de esquema de corrupção na Petrobras e investigada pela Operação Lava Jato. Na audiência pública, Eliziane Gama fez uma série de questionamentos sobre a relação da empresa com pagamento de propinas e principalmente com a empresa Toyo Setal. O executivo negou qualquer envolvimento em atos de corrupção apesar de reconhecer que a Mitsui possui 22% das ações da Toyo. A parlamentar considerou a relação suspeita.
“Ele negou que a sua empresa tenha praticado atos de corrupção na relação com a Petrobras, mas assumiu que a Mitsui é acionista da Toyo e isso já gera grandes suspeitas. As respostas do executivo não convenceram”, disse.