Durante intervenção na CPI da Petrobras, a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse nesta quarta-feira (15) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que o encontro que ele teve com advogados de empreiteiras investigadas na operação Lava Jato foi muito suspeito.
Eliziane é uma das autoras de requerimento que resultou na ida de Cardozo ao colegiado.
As reuniões do ministro com representantes da UTC e a Camargo Corrêa ocorreram em fevereiro deste ano.
“Na agenda oficial não estava o encontro com os advogados. Parece tudo muito suspeito. Enquanto isso, o PT acha que há proteção feita pelo senhor é mediana, pouca. O senhor se sente injustiçado pelo partido? Porque ficou claro que houve uma troca de outros figurões do PT, cujas convocações seriam aprovadas, pela presença do senhor aqui”, afirmou.
Eliziane também disse que chamou muito a atenção a reunião ocorrida entre o próprio Cardozo, a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, ocorrido no último dia sete de julho, em Portugal.
“Parece que o senhor veio para cá com a missão de tentar passar que está tudo dentro da normalidade”, acrescentou a parlamentar do PPS.
Escutas ilegais
Cardozo disse que não agiu nem para barrar, nem para intensificar qualquer investigação conduzida pela Polícia Federal, instituição que é subordinada a ele.
Sobre equipamentos de escuta ambiental encontrados na carceragem da PF, em Curitiba, onde está preso o doleiro Alberto Youssef, Cardozo respondeu a Eliziane que, se for provada a ilegalidade da instalação constitui-se ato “gravíssimo” e que os responsáveis serão punidos administrativa e penalmente. No entanto, o ministro não quis emitir juízo de valor se a ação seria suficiente para “contaminar” juridicamente a operação Lava Jato.