Taxa subiu de 1,5% ao ano para 3% ao ano para operações de até 365 dias. Veja as simulações
Joyce Carla, do R7
O governo decidiu aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de todas as operações de crédito dos consumidores feitas dentro do prazo de um ano. O efeito imediato será o preço mais salgado dos empréstimos, financiamentos e créditos.
Quem quiser pegar um financiamento de até 12 meses para comprar um carro de R$ 25 mil, por exemplo, vai pagar R$ 421,32 na conta total — um aumento de R$ 35,11 na prestação (veja a simulação na tabela abaixo).
Os cálculos são do diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
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Para os financiamentos de mais de um ano, nada muda. No caso de um carro financiado em 36 meses, o consumidor manterá o pagamento de 36 parcelas mensais de R$ 973,77.
A diferença entre financiar em 12 meses ou 36 meses é o valor total pago. No primeiro caso, o consumidor pagaria R$ 28.617,96 (IOF de 1,5% ao ano, portanto antes do anúncio de Levy), R$ 29.039,28 (com IOF de 3% ao ano, após o anúncio) e R$ 35.055,72 em 36 meses (sem mudança no IOF).
O coordenador do curso de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina), Reginaldo Gonçalves, afirma que as medidas apresentadas pelo governo vão restringir o crédito e desestimular o consumo.
— Com o aumento no valor do crédito, o consumidor de diminuir a compra ou substituir os produtos por algum mais barato. Isso se torna pior, porque não vemos uma redução dos gastos públicos.
Segundo Gonçalves, a alta do IOF vai prejudicar também a competitividade da indústria brasileira, já que “as empresas não têm como melhorar a capacidade com investimentos, que ficarão mais caros”.
Mudança de rumos
O consultor financeiro da Méthode Consultoria e professor do Curso de Administração da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Adriano Gomes diz que o governo mudou radicalmente o caminho que vinha trilhando.
— Nos últimos dez anos, pelo menos, o crescimento do País estava focado no incentivo ao consumo em especial com crédito à pessoa física. Foi assim com imóveis, carros e linha branca. Agora, acabou a festa do consumo. Com a política fiscal desastrosa, o governo se viu obrigado a tomar medidas de cortes e de aumento de arrecadação.