Enquanto Fufuca tenta descobrir para onde vai, Dr. Hilton Gonçalo, ex-prefeito de Santa Rita e político de trajetória consistente, segue em sentido oposto: com os pés no chão, construindo alianças silenciosas, fortalecendo bases e mantendo coerência ideológica. Hilton não precisa de pirotecnia para ser lembrado — sua história fala por si. É o tipo de liderança que prefere acumular credibilidade ao invés de manchetes.
A história política maranhense é repleta de exemplos de quem confundiu prestígio de cargo com voto popular. O ministro do Esporte, André Fufuca, parece ser o mais novo personagem desse “desejo arriscado”. Ao ventilar sua pré-candidatura ao Senado Federal em 2026, Fufuca mexe num vespeiro que já derrubou nomes de peso — Gastão Vieira e Sarney Filho — e arrisca repetir o mesmo desfecho melancólico: o da derrota que custa caro.
Em 2014, Gastão Vieira, ministro, deputado e intelectual respeitado, colocou seu nome à prova nas urnas e viu o sonho do Senado se esfarelar diante da força de Roberto Rocha. Em 2018, foi a vez de Sarney Filho, outro ex-ministro e herdeiro político do clã que governou o estado por décadas, cair na real ao enfrentar uma eleição que não perdoa incoerência e fadiga de imagem. Ambos tinham cargos, estrutura, apoio — e perderam. A urna foi implacável.
Agora, o jovem ministro maranhense parece disposto a testar a sorte no mesmo ringue. Mas o Senado não é campo de aventura — é arena de gladiadores com base sólida, discurso definido e identidade política construída ao longo de anos. E nisso, Fufuca ainda patina.
A sua guinada repentina de bolsonarista convicto a lulista de ocasião já causa incômodo até dentro da própria base governista. A narrativa de “pragmatismo” soa, aos olhos do eleitor, como oportunismo puro. E no Maranhão, o eleitor tem memória — sabe distinguir quem joga por convicção e quem se adapta conforme o vento sopra em Brasília.
No jogo político que se desenha, Fufuca arrisca virar um novo Gastão Vieira: técnico, visível, mas sem voto suficiente. Ou um novo Sarney Filho: experiente, mas distante da realidade eleitoral. Em ambos os casos, o final foi o mesmo — fora do Senado e com o capital político minguado.
Talvez seja hora de o ministro repensar o passo. Ficar onde está — no governo federal, com cargo, visibilidade e influência — pode ser mais inteligente do que se jogar em uma “briga de cachorro grande” entre pesos-pesados como Hilton Gonçalo, Weverton Rocha e Eliziane Gama, todos com musculatura política comprovada e território consolidado.
Em política, saber o momento de parar é tão importante quanto saber o de começar.
E se o ministro não perceber isso, pode descobrir da pior forma que o Senado não é para aventureiros — é para quem já tem história.
Hilton sabe disso. Fufuca, talvez ainda não…

