O plenário da Câmara Municipal de São Luís virou um verdadeiro campo de batalha. Nesta segunda (6), o veterano Astro de Ogum (PCdoB) quebrou o protocolo, o silêncio e, sobretudo, a paciência dos bastidores ao discursar com o peso de quem carrega 41 anos de vida pública e 25 de mandato — e nenhuma disposição para servir de marionete no jogo de poder que se arma para a Mesa Diretora do biênio 2027–2028.
“Meu voto tem dono, e o dono sou eu”, disparou Astro, num tom que soou como um recado direto a quem tenta comandar o Legislativo por controle remoto. Foi o bastante para transformar a sessão em um ringue político. O clima é de tensão, desconfiança e espionagem digna de “Big Brother político”, como o próprio parlamentar classificou, ao ironizar a disputa antecipada pelo comando da Casa.
Em meio a ameaças veladas, Astro mostrou que não teme as sombras do poder. “Vivo do meu trabalho e não tenho medo de ameaça. Sempre tive firmeza, e continuarei tendo”, afirmou, com a segurança de quem já enfrentou muito mais do que intrigas palacianas.
O discurso, segundo aliados, foi um soco na mesa e um aviso à velha guarda da Câmara: Astro não aceita cabresto, não negocia convicções e não entra em fila de obediência.
Nos corredores, o pronunciamento reverberou como um rompimento público com o sistema de controle interno que tenta, há meses, amarrar votos e silenciar independentes.
A partir de agora, ninguém duvida: o decano subiu à tribuna não apenas para falar, mas para declarar guerra. E, em tempos de alianças frágeis e vaidades infladas, a palavra de Astro de Ogum pesa mais que muitas promessas de gabinete.

