A caçada terminou. Um dos criminosos mais temidos e procurados do Nordeste, Jonathan de Araújo Vidal, de 26 anos — conhecido nos meios policiais como “22” — morreu em confronto com a Polícia Militar do Maranhão na manhã deste domingo (5), no povoado Zé Gregório, zona rural de Tutóia, município que faz divisa com o Piauí.
Segundo o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Turismo, Major Ramon Garcez, Jonathan era líder de uma facção ligada ao Comando Vermelho e vinha impondo terror nas comunidades da região. Foragido desde maio de 2024, após uma fuga cinematográfica da Penitenciária Mista de Parnaíba (PI), o criminoso possuía mandados de prisão nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. Sua área de atuação incluía cidades como Tutóia, Paulino Neves, São Bernardo, Santa Quitéria e Parnaíba, além de povoados dos Lençóis Maranhenses.
Apontado como autor de 22 execuções, 22 respondia por homicídios qualificados, tráfico de drogas, roubos, associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo. Entre os crimes mais brutais atribuídos a ele estão a chacina de três pedreiros em Parnaíba, em 2023, e o duplo homicídio na MA-034, em Tutóia, onde um casal foi executado a tiros dentro de um carro. Investigações apontam que, através de material apreendido em um celular, ele foi associado a esse e a outros episódios de violência na região.
A operação integrada entre as polícias civis e militares do Ceará, Piauí e Maranhão, com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICO/PI), conseguiu localizar o esconderijo do foragido. No momento da abordagem, 22 reagiu com tiros contra os agentes, que revidaram. Ele foi atingido, socorrido e levado ao Hospital Municipal Lucas Veras, mas não resistiu.
No imóvel onde se escondia, foram apreendidas armas de grosso calibre, drogas, munições e celulares com indícios de ligação com facções de outros estados, como Bahia e Rio de Janeiro. O material foi encaminhado à Delegacia de Tutóia.
A morte de 22 representa, segundo a Polícia Militar, um duro golpe no crime organizado que operava na faixa de fronteira entre os três estados. Moradores de povoados como Barro Duro e Santana dos Carvalhos relataram alívio:
“Aqui ninguém dormia tranquilo. Ele mandava e desmandava. Agora sim, a paz pode voltar”, disse um morador.
O corpo foi levado ao IML de Chapadinha, e as investigações seguem para identificar cúmplices e ramificações da quadrilha.
Com o fim de 22, encerra-se um ciclo de medo e violência que por meses assolou o litoral entre Maranhão e Piauí — e o Estado respondeu à altura, abatendo um dos criminosos mais procurados do Nordeste.
