A Polícia Civil do Maranhão deflagrou, nesta quarta-feira (30), a explosiva Operação Dinheiro Sujo, que escancarou um esquema milionário envolvendo influenciadores digitais e a promoção de jogos de azar nas redes sociais. O alvo? Um grupo que ostentava uma vida de luxo enquanto atraía vítimas com promessas de dinheiro fácil através do famigerado jogo “Tigrinho”, uma espécie de caça-níquel online travestido de diversão.
O saldo da operação é estarrecedor: cinco carros de luxo — entre eles duas Range Rover, uma BMW e uma Hilux — uma moto aquática, dezenas de celulares, computadores, bolsas de grife, montanhas de dólares, arma de fogo com carregadores, e até cadernos de anotações que devem ajudar a Polícia a seguir o rastro do dinheiro sujo. O Judiciário também determinou o bloqueio de mais de R$ 11 milhões nas contas dos envolvidos. Um verdadeiro império da ostentação financiado por crimes digitais.
Entre os investigados, uma influenciadora digital de São Luís, apontada como cabeça da quadrilha, chama atenção: já responde por furto — após usar o cartão de uma pessoa falecida no mesmo dia da morte — e por maus-tratos a animais, depois de publicar vídeos onde embriagava o próprio cão com bebidas alcoólicas. Apesar do histórico, o pedido de prisão feito pela polícia foi negado pela Justiça, que impôs apenas medidas cautelares, como a entrega de passaporte e o bloqueio das redes sociais da influencer.
O escândalo vai além da internet: segundo a polícia, o esquema contava com uma advogada responsável por lavar o dinheiro das apostas ilegais e uma gerente que recrutava apostadores via grupos de WhatsApp. A investigação continua, e a Polícia já aponta para a responsabilização do grupo pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e contravenção penal.
Em São Luís, o brilho das redes sociais deu lugar ao clarão das sirenes. A ostentação agora está nas mãos da Justiça.





