
Em plena era da transparência e do controle social, a Câmara Municipal de São Luís, sob o comando desastroso de Paulo Victor, mergulha num lamaçal de ilegalidades, sigilo seletivo e práticas obscurantistas que afrontam frontalmente os princípios mais elementares da Administração Pública. A denúncia mais recente, feita por servidores da própria Casa Legislativa, expõe um esquema sórdido: o acesso aos contracheques dos funcionários está sendo deliberadamente restringido por ordem da presidência. Isso mesmo. O servidor só recebe seu próprio contracheque se for “autorizado” pelo presidente ou pela chefia imediata. Um ato de arbítrio travestido de gestão.
A medida, além de escandalosa, é ilegal. Viola de forma grosseira a Constituição, a Lei de Acesso à Informação e configura, em tese, ato de improbidade administrativa. Paulo Victor está transformando a Câmara — que deveria ser templo da democracia — num quartel-general do autoritarismo, onde o medo, o silêncio e a perseguição viraram política institucional.
Nos bastidores, o clima é de terror. Servidores relatam que a ordem é clara: não fornecer contracheques a quem ousar questionar ou “não rezar pela cartilha” do presidente. Uma prática de assédio institucional explícito, que busca calar vozes, sufocar reivindicações e subjugar qualquer tentativa de transparência. A pergunta que não quer calar é: o que Paulo Victor está tentando esconder? Pagamento de supersalários? Servidores fantasmas? Favores disfarçados de cargos?
A lista de ilegalidades é extensa. A omissão no fornecimento de contracheques pode configurar:
- Improbidade administrativa (Lei 8.429/92), por ferir os princípios da publicidade, moralidade e legalidade;
- Violação à Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11), que garante ao servidor acesso a seus próprios dados funcionais;
- Assédio institucional, prática condenável que transforma a relação hierárquica em instrumento de repressão e medo.
A situação é ainda mais grave se somada aos outros escândalos que pipocam na gestão Paulo Victor: folha de pagamento inchada, denúncias de corrupção passiva, perseguição a sindicalistas, calote em obrigações previdenciárias, rombo de quase R$ 8 milhões no IPAM e uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que promete tirar o sono — e quem sabe o mandato — do presidente.
Enquanto os servidores sofrem com a negação de um direito básico, Paulo Victor pedala pelas avenidas em sua bicicleta de R$ 47 mil, posa de poeta no Instagram e sonha com uma cadeira na Assembleia Legislativa. Um teatro farsesco que tenta encobrir o caos administrativo que se instalou na Câmara Municipal.
Diante desse cenário, é urgente que os órgãos de controle — Ministério Público Estadual, Federal, Tribunal de Contas e Controladoria-Geral — tomem providências imediatas. A abertura de uma CPI na própria Câmara já é ventilada nos corredores como resposta à escalada de arbitrariedades.
A Câmara não é feudo pessoal. Não pertence a Paulo Victor nem aos seus apadrinhados. É uma instituição pública mantida com o suor do contribuinte. O povo de São Luís exige respostas. E o servidor, respeito.
O caso dos contracheques é apenas a ponta do iceberg. A gestão Paulo Victor naufraga na lama da ilegalidade, da arrogância e do desprezo pela coisa pública. E a história cobrará caro. Porque não há poesia que esconda a ruína de um mandato vergonhoso.