
Derrotado nas eleições de 2024, o prefeito de Rosário, Calvet Filho, enfrenta agora uma situação política e jurídica delicada que pode culminar em sua inelegibilidade por oito anos. Acusado de abuso de poder político, econômico e uso indevido da máquina pública, Calvet é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela Coligação “Unidos por Rosário”, que denuncia um esquema amplo de manipulação da estrutura administrativa da Prefeitura para favorecer sua tentativa frustrada de reeleição.
Mesmo sem ter conseguido a renovação do mandato nas urnas, o prefeito ainda pode ser responsabilizado pelos ilícitos apontados, como contratações em massa de servidores temporários sem concurso, uso eleitoral de comunicadores pagos com verba pública e distribuição de cargos com fins eleitoreiros. As acusações incluem a existência de uma rede de “cabos eleitorais fantasmas”, formada por servidores que não prestavam serviços à municipalidade, mas atuavam diretamente na campanha do gestor.
Além da possível cassação do registro e da declaração de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral, Calvet já responde a múltiplos processos no Ministério Público Estadual, inclusive ações por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. Há indícios graves de “rachadinha” com servidores, nepotismo cruzado, fraude em contratações e desvio de finalidade no uso de verbas públicas, o que pode ensejar a abertura de inquérito na Polícia Federal, uma vez que há recursos federais envolvidos, especialmente na área da saúde.
A situação se agrava com decisões já proferidas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), que apontaram a necessidade de anulação de mais de 1.800 contratações irregulares realizadas entre 2023 e 2024. O Ministério Público de Contas também já formalizou representações contra o prefeito e a 1ª Promotoria de Justiça de Rosário ajuizou ação requerendo o bloqueio de novas admissões até que os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal sejam restabelecidos.
A queda de Calvet Filho, que outrora se apresentava como o “salvador do povo” e “pai dos pobres”, agora expõe o esgotamento de uma gestão marcada por escândalos, perseguições políticas e instrumentalização da fé e da comunicação para fins pessoais. Se confirmadas as denúncias, o ex-prefeito não apenas ficará fora da disputa política por quase uma década, mas poderá enfrentar desdobramentos criminais e ser alvo de apuração federal.
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