
O pré-candidato Hilton Gonçalo decidiu inovar. Enquanto a maioria da população luta para conseguir uma consulta no posto de saúde, inclusive os de Bacabeira e Santa Rita, ele resolveu mirar longe. Bem longe. Tipo Lisboa. Ou Paris. Ou quem sabe Roma. O projeto da vez? Implantar voos internacionais em São Luís. Afinal, quem nunca pensou: “esquece o hospital, eu só queria mesmo um voo direto pra Europa”?
Hilton acredita que isso vai “elevar o turismo e a economia”. Claro! Porque é disso que o povo do Maranhão precisa: um terminal internacional com passaporte carimbado, duty free e conexão direta pra Miami. Fica até difícil acompanhar tanta visão. Enquanto o ônibus lotado quebra no meio da avenida, vamos pensando em como será o lounge VIP do novo aeroporto.
Não dá pra negar: é um projeto visionário. Tão visionário que passa longe da realidade de quem pega três conduções pra trabalhar, enfrenta fila pra conseguir atendimento médico e vive num estado onde o básico ainda é luxo. Mas não se pode dizer que pra Hilton falta ambição. O problema é só que sua ambição parece ser feita sob medida para meia dúzia de endinheirados e olhe lá.
É uma política para turista ver, ao pé da letra. Porque o maranhense médio, esse aí vai continuar preso no mesmo voo raso de sempre: o da sobrevivência. Enquanto isso, os privilegiados agradecem: agora, além de frequentar hotéis boutique nos Lençóis, poderão voltar com estilo para suas mansões na Europa.
E viva o Maranhão internacional. O Maranhão globalizado. Só não esperem que ele seja também justo, igualitário e realista…