Durante a inauguração de uma estrada em um povoado de Bacabal, neste domingo (4), o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), fez declarações que evidenciam a crescente tensão com o grupo do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, seu antecessor no Palácio dos Leões. Sem citar nomes, Brandão afirmou que não apoiará um sucessor que venha a “perseguir seus aliados” ou que não esteja alinhado ao seu grupo político.
“Não vou entregar [o governo] para quem não pode fazer um bom governo. Tem que ser alguém afinado com os nossos amigos. Não adianta entregar para quem vai perseguir nossos aliados, para quem não sabe tocar o governo. Eu preciso entregar para quem realmente saiba tocar e tirar do papel”, afirmou, ao lado do prefeito de Bacabal e presidente da Famem, Roberto Costa, e da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale.
A fala ocorre em meio ao agravamento da crise interna entre Brandão e Dino, que, mesmo tendo sido o responsável por indicá-lo como seu sucessor em 2022, vem enfrentando resistência do atual governador quanto à condução da sucessão estadual em 2026. Nos bastidores, aliados de Brandão acusam setores ligados a Dino de articularem um nome próprio para a disputa, sem garantias de continuidade ao atual projeto de governo.
Embora diga que o momento ainda não é de discutir eleições, Brandão deixou claro que pretende conduzir pessoalmente o processo de escolha do candidato do grupo ao governo em 2026.
“O que o povo tá querendo saber agora é de obra. O povo não tá querendo saber de eleição agora. Eleição é em 26”, declarou.
Apesar disso, ele adiantou que reunirá prefeitos e vereadores para tratar do futuro político do estado.
“A gente precisa eleger alguém que dê continuidade ao nosso trabalho. O Maranhão não pode retroceder, tem que continuar avançando. Tem algumas coisas que não vai dar tempo de eu inaugurar. É muito importante a gente entregar para a pessoa certa, a pessoa que realmente possa conduzir e dar continuidade. Estou muito tranquilo. Em 2026, a gente reúne, senta e vê qual o destino melhor para o nosso estado”, concluiu.
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