
O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), está mais enrolado que carretel… No olho do furacão de uma série de investigações e denúncias que colocam em xeque não apenas a legalidade de sua gestão, mas também sua viabilidade como candidato nas eleições de 2026. Envolvido em apurações que vão de irregularidades administrativas à acusação formal de corrupção passiva, o parlamentar enfrenta um cenário político-jurídico cada vez mais adverso, o que compromete sua estratégia de ascensão política rumo à Assembleia Legislativa, o que provavelmente não irá acontecer. A eleição com poucos votos pra vereador ainda não foi superada pelo controverso PV…
O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) deu início a uma rigorosa auditoria na Câmara Municipal, após acolher denúncias que indicam possíveis irregularidades na gestão de pessoal, na folha de pagamento e nas obrigações previdenciárias da Casa. A decisão do órgão de controle instaurou duas frentes de fiscalização, com foco direto na gestão comandada por Paulo Victor.
A primeira linha de apuração tem por objetivo verificar se os atos administrativos relacionados à nomeação e manutenção de servidores estão em conformidade com a legislação vigente. A segunda frente trata de tema sensível: o passivo previdenciário junto ao Instituto de Previdência e Assistência do Município (IPAM), com o intuito de conferir a regularidade dos repasses e mensurar eventuais débitos acumulados.
A auditoria, coordenada pelo auditor de controle externo Pedro Cantanhede Dias e composta pelos auditores Francisco Moreno Dutra e Gilson Robert Araújo, será realizada até o final de maio tanto na sede da Câmara quanto, se necessário, no próprio IPAM. A movimentação do TCE-MA surge em meio a graves denúncias sobre a estrutura funcional da Casa: apenas 10% dos servidores seriam efetivos, enquanto o Portal da Transparência encontra-se inoperante desde dezembro de 2022.
Em uma reação interpretada nos bastidores como tentativa de obstrução da apuração, a defesa do vereador apresentou embargos de declaração junto ao TCE, alegando falhas processuais, como a ausência de manifestação do Ministério Público de Contas e supostos vícios na publicação da decisão que autorizou a auditoria. Apesar dos esforços, a medida não suspendeu os trabalhos, que prosseguem normalmente.
A Câmara ainda anunciou a realização de uma auditoria interna, tentativa vista por juristas e técnicos do setor como insuficiente e pouco convincente, servindo mais para controle de danos do que para o esclarecimento dos fatos.
Réu por corrupção passiva
Paralelamente às investigações administrativas, Paulo Victor se tornou réu em ação penal ajuizada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), sob a acusação de corrupção passiva. O caso veio à tona após o vereador confessar, em nota pública, ter nomeado aliados do promotor de Justiça Zanony Passos para cargos comissionados na Câmara, em suposta troca de proteção institucional para evitar investigações sobre outros parlamentares.
A denúncia, acatada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) em novembro de 2024, sustenta que as nomeações foram uma moeda de troca para assegurar o arquivamento de procedimentos investigativos. Dentre os beneficiados estariam uma amiga pessoal do promotor, um primo e até mesmo o vigia de seu condomínio. O episódio foi classificado pelo MP como grave afronta ao princípio da moralidade administrativa, além de configurar, em tese, crime previsto no artigo 317 do Código Penal.
Riscos à pretensão eleitoral
Com a credibilidade em xeque e os danos à sua imagem política cada vez mais evidentes, a trajetória de Paulo Victor rumo às urnas em 2026 encontra-se sob questionamento. A expectativa inicial era que o presidente da Câmara pudesse usar sua visibilidade institucional como plataforma para alçar voos mais altos, postulando uma vaga na Assembleia Legislativa, sonho agora natimorto…
O acúmulo de escândalos e a visibilidade negativa de sua gestão enfraquecem a base política que o sustenta. A dificuldade em consolidar alianças e atrair o apoio de figuras estratégicas para a campanha tende a se agravar à medida que as investigações avançam. Além disso, o risco de rejeição por parte do eleitorado cresce na mesma proporção em que aumentam as suspeitas sobre sua conduta ética e legal.
Caso as auditorias do TCE-MA confirmem as irregularidades denunciadas e os desdobramentos do processo penal avancem, o cenário poderá levar à inviabilidade prática da candidatura de Paulo Victor, mesmo que ele esteja legalmente habilitado a concorrer. A depender do desfecho, não está descartado que o parlamentar opte por recuar de sua pré-candidatura, ou que seja preterido por seu próprio grupo político…