
Os caminhos para a conciliação das demandas profissionais e pessoais de forma saudável foi o enfoque da roda de conversa “Equilíbrio Vida-Trabalho” proferida pela psicóloga e pedagoga Rogener Almeida Santos Costa, na manhã desta quarta-feira, 29, no auditório da sede das Promotorias de Justiça da Capital. A atividade integra a programação alusiva ao Janeiro Branco, campanha de prevenção da saúde mental, promovida pelo setor de Saúde Funcional do Ministério Público do Maranhão.
Membros e servidores da instituição acompanharam a palestra. As boas-vindas à convidada foram dadas pelo diretor das Promotorias de Justiça da Capital, Cássius Chai. “É muito bom tê-la conosco e ter com quem dialogar para além das fronteiras do Direito. É importante o auxílio de uma profissional, como uma psicóloga e pedagoga, para colocar os nossos pinos nos locais devidos”, disse.
Rogener Costa iniciou a atividade lendo um texto da escritora recém-falecida Marina Colasanti, “A gente se acostuma, mas não devia”, e promoveu uma prática de atenção plena com os presentes, por meio de exercícios de respiração e relaxamento.

Em seguida, apresentou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a preocupação com a saúde mental no Brasil e em outros países ocidentais, cujos índices vêm aumentando ao longo dos últimos anos, mesmo em nações que apresentam alto Índice de Desenvolvimento Humano, como a Suécia, Portugal e Estados Unidos.
Conforme explicou a palestrante, o problema se agrava com a imposição, na atualidade, da cultura da pressa, de aceleração constante das atividades diárias, temas abordados pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, autor do livro “Sociedade do cansaço” (2010). “Ele tem uma série de ensaios para a gente compreender o que está acontecendo. As pessoas estão realmente adoecendo e, por isso, precisamos manter a saúde mental, porque dela depende todo o funcionamento da sociedade”, completou Rogener Costa.
Em seguida, a psicóloga apresentou tópicos do Plano de Ação Integral de Saúde Mental, (2013-2030), elaborado pela OMS, que inclui a reorganização dos entornos que influenciam a saúde mental, a exemplo de lares, comunidades, escolas, locais de trabalho, serviços de saúde etc. Além do investimento em saúde mental, por meio de políticas públicas, promoção dos diretos humanos e do desenvolvimento socioeconômico. “Esse conceito da OMS é muito interessante porque traz essas dimensões do social, do econômico e do organizacional, além do psicológico e biológico. Hoje, investir em saúde mental não é somente dar garantias individuais. É garantir o futuro, o desenvolvimento de um país e de uma comunidade”, enfatizou.

Depois de comentar sobre a campanha Janeiro Branco e a respeito do conceito desenvolvido pelo neuropsiquiatra austríaco Viktor Frankl, que fundamenta o trabalho da psicóloga referente à saúde mental, Rogener Costa apresentou recomendações para gestores e trabalhadores, referentes à saúde mental no ambiente de trabalho.
Para os gestores, é recomendável adotar políticas de integração entre a vida pessoal e profissional e a escuta regular das necessidades dos trabalhadores. Aos trabalhadores, é sugerida a responsabilização pelo equilíbrio pessoal, familiar e profissional, a comunicação das necessidades e o investimento de boas relações com os colegas, criando uma rede de apoio no trabalho. “A facilitação do estilo de vida saudável e do autocuidado não significa desorganizar a instituição, mas entender que determinadas mudanças são estratégicas para a produtividade do funcionário e para os resultados da instituição”.
Outro assunto tratado foram os pilares da saúde mental: tempo de sono adequado, boa alimentação, prática regular de atividade física e de terapias como a meditação, cultivo de bons relacionamentos e prevenção aos vícios. Ao final, o tema foi aberto ao debate com o público.
Redação: CCOM-MPMA