Em um contexto de crescente investimento em tecnologia e estrutura pelo Governo do Maranhão, o Instituto de Genética Forense (IGF) tem se destacado como uma peça essencial na resolução de casos criminais, identificação de vítimas e no auxílio à localização de desaparecidos. Fundado em 2016, o IGF, vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), vem ganhando importância no cenário de segurança pública do estado, aplicando técnicas de biologia molecular para transformar vestígios biológicos em evidências de peso nas investigações.
O IGF realiza exames de DNA para a obtenção de perfis genéticos, cruciais tanto em processos judiciais quanto na identificação de vítimas. Segundo o diretor do instituto, perito criminal Paulo Marcelo Santos Ribeiro, quando um crime ocorre ou um acidente acontece, vestígios biológicos (como sangue, saliva ou cabelo) são coletados no local. Esses materiais são enviados ao IGF, onde são analisados para gerar um perfil genético, utilizado para vincular suspeitos a crimes ou para identificar vítimas, como ocorreu no recente acidente entre Maranhão e Tocantins.
O exame genético pode envolver a comparação do DNA encontrado no local do crime com o de suspeitos, vítimas ou seus familiares. Além disso, o IGF integra a Rede Nacional Integrada de Banco de Perfis Genéticos, uma ferramenta vital para correlacionar dados genéticos e realizar buscas em nível estadual e nacional.
Entre os serviços prestados pelo IGF, um dos mais críticos envolve a identificação de cadáveres não identificados, especialmente em situações de acidentes fatais ou crimes de grande repercussão. Os corpos são encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), e as amostras biológicas são levadas ao IGF para análise genética. O processo é vital quando outras formas de identificação, como reconhecimento visual ou impressões digitais, não são possíveis, como no caso de vítimas submersas em acidentes.
O acidente ocorrido em dezembro de 2024, no qual parte da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), resultando em múltiplas vítimas, exemplifica a importância desse trabalho. Os corpos ficaram submersos por vários dias, tornando a identificação visual e por outros métodos inviáveis. Foi através da genética forense que o IGF conseguiu identificar duas das vítimas, trazendo alívio e segurança às famílias enlutadas, que passaram a ter certeza quanto à identidade de seus entes queridos.
O IGF se destaca também pelo uso da ferramenta CODIS, um sistema que permite o cruzamento de perfis genéticos e tem aplicação nacional. Essa tecnologia, desenvolvida pelo FBI, possibilita que vestígios coletados em investigações criminais sejam comparados com dados do banco de perfis genéticos, não só no estado, mas em todo o Brasil. A utilização dessa plataforma tem sido crucial, permitindo o rastreamento de crimes como abuso sexual e até mesmo a localização de pessoas desaparecidas, um avanço significativo na resolução de casos complexos.
Com estrutura de última geração e protocolos de segurança que garantem a integridade dos dados, o Instituto de Genética Forense do Maranhão se consolidou como uma das mais importantes ferramentas para a segurança pública no estado. Além de equipar a polícia com a tecnologia necessária para identificar criminosos e vítimas, o instituto também traz confiança à população, ao garantir que as vítimas de acidentes e crimes sejam identificadas de maneira segura, possibilitando a justiça e o fechamento de casos.