Na manhã desta sexta-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a ‘Operação Clientelismo’ em Itaipava do Grajaú, cidade localizada a 450 km de São Luís, com o objetivo de desarticular um esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral e compra de votos. Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça, com o intuito de obter provas e entender a dinâmica do crime.
A denúncia foi feita de forma exclusiva pelo blogdonetocruz em abril deste ano.
Entre os investigados estão candidatos às eleições de 2024, além de uma servidora da Justiça Eleitoral. De acordo com as investigações, o grupo aliciava eleitores da Zona Rural de Jenipapo dos Vieiras e Grajaú, com foco especial em eleitores indígenas das Aldeias São Pedro dos Cacetes, Aldeia Coquinho 2 e do Povoado Alto do Coco.
Esses eleitores eram persuadidos a transferir seus domicílios eleitorais para Itaipava do Grajaú, com a promessa de benefícios como cestas básicas, materiais de construção, gado, melhorias nas estradas e a instalação de energia elétrica. Em troca, deveriam votar nos candidatos indicados pelo grupo.
Em uma segunda fase do esquema, as transferências de domicílio eleitoral eram feitas com base apenas no documento de identidade, sem a exigência de comprovante de residência ou declaração de domicílio.
A fraude foi descoberta após a Polícia Federal realizar a desobstrução de uma estrada que dava acesso à Aldeia Urucu, no dia 6 de outubro, durante as eleições. Indígenas locais informaram que haviam bloqueado a rodovia para denunciar a transferência irregular de votos de diversos indígenas de outras cidades, como Grajaú, Jenipapo dos Vieiras e Arame, para Itaipava do Grajaú.
Leia mais
Cidade do interior do MA pode ter títulos de eleitor suspensos; entenda o caso
PF deve apurar transferências de títulos de Índios Guajajara no interior do MA