Política

Eleição CRCMA – Entenda como você é enganado

21 de outubro de 2021

A cada período de dois anos você é bombardeado dia e noite pela massiva propaganda eleitoral dos candidatos à eleição para conselheiros regionais. Dependendo do porte do seu escritório, você poderá até ser visitado e receber a lista de propostas de cada chapa que jamais serão executadas. Passadas as eleições, você será esquecido até o pleito seguinte, quando tudo recomeça.

Você já deve ter se perguntado por que a coisa funciona assim. Leia esta matéria, pois ela é a sua última chance de entender como as coisas funcionam. Para começar, você está votando para eleger os conselheiros e eles mesmos é que elegem entre si quem será o presidente. Não há nenhuma garantia de que o cabeça de chapa venha a ser o presidente, embora essa seja a mensagem por trás da campanha. Na última eleição, por exemplo, o cabeça de chapa era o Filipe Arnon e o presidente que assumiu foi o Sérgio Murilo. Sabendo disso, não caia mais nessa cantada. Examine bem os componentes das chapas. Ali pode estar escondidinho o futuro presidente e suas malévolas intenções.

Fica claro, portanto, que as eleições diretas só ocorrem em nível de conselheiro regional. Daí em diante, prevalecem os acordos, conchavos, picaretagens e tudo o que você pode e não pode imaginar para prevalecer as escolhas. Os conselheiros federais, por exemplo, são escolhidos de forma indireta em chapa formada no Conselho Federal. Os escolhidos têm que preencher o requisito de rezar na mesma cartilha do grupo dominante, o que significa que quase 100% dos conselheiros federais não passam de fantoches, pinguins de geladeira, peitos de homem, ou seja, não servem para coisa nenhuma a não ser votar de acordo com as recomendações que lhes forem passadas pelos caciques.

Não há como mudar o sistema se esse modelo de eleição não cair por terra. Ou se vota diretamente em todos os cargos, do presidente do conselho federal e seus vice-presidentes ao presidente dos conselhos regionais e seus vice-presidentes. Se não for assim, você jamais será representado, como de fato não vem sendo. Os “eleitos” não se sentem comprometidos com você, contador, simplesmente porque estão lá por outros critérios, sendo o seu voto apenas um deles.

Alguns questionam o voto eletrônico e a possibilidade de fraude, mas é pouco provável que o conselho federal se preocupe com isso. A segurança da perpetuidade no poder pela atual elite encastelada é garantida pelo voto indireto, ainda que em algum conselho regional possa ter elegido uma chapa de oposição. Dificilmente essa oposição vai conseguir se manter assim quando a maioria das as decisões e a provisão de recursos é regalia do federal (exceção apenas aos estados mais ricos e com arrecadação própria suficiente para gerir a unidade de forma independente).

Finalmente, o conselho de contabilidade é regulado de forma a tolher qualquer ação mais ousada dos regionais. Não há como agir além das prerrogativas de registrar, fiscalizar e capacitar contadores. A chapa que prometer qualquer outra coisa além dessas três ações estará fazendo promessas inviáveis que dificilmente irá cumprir.

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Sobre Neto Cruz

Contador (CRC/MA 012900), Jornalista (DRT 1792/MA), Acadêmico de Direito, Membro Fundador e Efetivo da Academia de Letras de Paço do Lumiar . Criou o Blog do Neto Cruz em 29 de Novembro de 2010. E-mail: [email protected] Instagram: @netocruz_doblog

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