A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed), lançou o e-book “Caderno de Orientações para o ensino remoto de estudantes com Transtorno do Espectro Autista”. O objetivo é auxiliar professores da rede municipal de ensino da capital com práticas pedagógicas para a inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em tempos de pandemia.
“O e-book foi produzido por uma equipe de educadores especializados no atendimento ao estudante com TEA com o objetivo de orientar, compartilhar conhecimentos e informações que contribuirão para uma prática pedagógica especializada e inclusiva, seguindo a orientação do prefeito Eduardo Braide para uma São Luís mais humana. Ao mesmo tempo, o caderno também é de grande valia para as famílias, trazendo dicas de atividades, sugestões de aplicativos que eles podem usar em casa com os filhos, e dessa forma, contribuir com o desenvolvimento das crianças”, explicou o secretário de Educação, Marco Moura.
Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (11), o secretário municipal de Educação, Marco Moura, e o superintendente da Área de Educação Especial, Alexandrey Melo, apresentaram o e-book ao secretário da Pessoa com Deficiência, Carlivan Braga, que destacou a iniciativa.
“Ter o olhar da Semed voltado para os estudantes com Transtorno do Espectro Autista é importantíssimo porque é o público que é mais afetado na educação por conta da pandemia da Covid-19. Essa iniciativa tem tudo para dar certo. É um material que já está disponível no site da Semed e que está em constante construção, com o nosso apoio e da sociedade civil. Acredito que é o início de algo que ainda tem muito a crescer. É a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria de Educação, mostrando mais uma vez a que veio, para fazer diferente e trazer uma gestão de fato inclusiva”, afirmou Carlivan Braga.
Estratégias
O Caderno de Orientações é resultado do trabalho da equipe do Projeto de Intervenção Pedagógica para Estudantes com Transtorno de Espectro Autista (PROJETEA), coordenado pela psicopedagoga e mestre em educação, Maísa Cunha Pinto. O projeto tem como objetivo desenvolver estratégias pedagógicas para a inclusão escolar, permanência na escola e aprendizagem significativa de estudantes com TEA matriculados na rede municipal de ensino de São Luís.
“As mudanças na rotina impostas pela pandemia é um desafio para todos nós. Mas para crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA), o fechamento de escolas, o isolamento social, entre outras alterações no cotidiano, são ainda mais difíceis. Para os professores também é um desafio constante, visto que precisam buscar formas criativas e efetivas de inclusão desse público. Neste projeto, reunimos propostas de ações colaborativas e inovadoras para que possamos causar um impacto positivo e efetivar o processo de ensino e aprendizagem com qualidade dos nossos alunos com TEA”, explicou a coordenadora do PROJETEA, Maísa Cunha Pinto.
O e-book já foi disponibilizado para os professores que fazem o Atendimento Educacional Especializado a estudantes com TEA, nas salas de recursos, e também está disponível no link https://bityli.com/KlglX e no Google Classroom de cada turma. Atualmente, a rede municipal de ensino atende mais de 800 estudantes que estão no espectro autista.
Para Karina Simões, professora do Atendimento Educacional Especializado na U.E.B. Bandeira Tribuzi, a iniciativa de produzir o caderno de orientações contribui para boas práticas pedagógicas no momento atual e continuará contribuindo quando as aulas retornarem no sistema híbrido.
“O documento promove direcionamentos pertinentes ao contexto de pandemia que estamos vivenciando, subsidiando o processo de adaptação e adequação curricular nas práticas pedagógicas dos professores para a inclusão de estudantes com TEA, em ambientes virtuais, durante o ensino remoto. Além disso, traz propostas de recursos e planejamentos que complementam de maneira significativa a atuação dos professores no Atendimento Educacional Especializado (AEE) junto aos estudantes”, afirmou Karina Simões.
A professora Myrlene Serpa Mesquita, que realiza o Atendimento Educacional Especializado na sala de recursos do Anexo Terceiro Milênio (U.E.B. Ronald Carvalho), destacou os desafios que os professores vêm enfrentando neste momento de pandemia. Para ela o caderno de orientações veio no momento certo.
“O desafio em trabalhar com crianças com autismo é imenso. Nesse contexto, a criação de estratégias de mediação diferentes e inovadoras vem assegurar de alguma forma o direito à aprendizagem dos estudantes com TEA. Por isso, acredito que o Caderno de Orientações traz dicas e sugestões no momento certo para nós professores e irá nos ajudar muito, ampliando as possibilidades educativas e favorecendo o desenvolvimento dos estudantes do espectro”, opinou Myrlene Mesquita.
Medidas
No e-book, a equipe da SAEE/Semed destaca que não existe uma receita pronta para ensinar crianças e adolescentes com TEA, mas afirma que algumas medidas simples podem ser adotadas para que o processo de ensino e aprendizagem se concretize. Entre essas medidas está a regulação do tempo em que o estudante fica em atividade, organização de uma tabela de estudos construída em conjunto com a família, realização de atividades lúdicas, disponibilização de materiais estruturados e adaptados de acordo com cada aluno e a oferta de apoio às famílias.
O Caderno de Orientações para o ensino remoto de estudantes com Transtorno do Espectro Autista traz ainda dicas de aplicativos disponíveis para pessoas com TEA que podem ser inseridos na rotina de atividades dos estudantes, além de referências na literatura especializada sobre a temática. A produção do documento foi consolidada seguindo as orientações descritas no Parecer CNE/CP nº 5/2020, do Conselho Nacional de Educação e no Guia de Ensino Remoto 2021, elaborado pela Semed.