Política

Onde está o ponto?

25 de agosto de 2020

Hoje vivemos no Brasil um governo “Populista de Direita Neoliberal”. Depois da chegada de Bolsonaro na presidência com suas ideias conservadoras no comportamental e neoliberal na economia, vivemos confrontos permanentes entre setores progressistas e conservadores. No próprio governo, o conceito de neoliberalismo se contradiz aos princípios do conservadorismo também na economia, coisa que poderia provocar um racha no governo, mas não é isso que estamos vendo. Houve uma acomodação de interesses que deixa os liberais livres na economia e o restante do governo no populismo de direita. Esta é uma combinação complicada…

É fato que os setores conservadores já estavam “cansados” de perder as eleições para o Partido dos Trabalhadores (PT) e outros partidos do centro-esquerda.

Com a vitória de Trump no EUA e com uma disputa acirrada entre Dilma e Aécio em 2014, somando-se à Lava Jato com o discurso de combate a corrupção e a mídia criminalizando a política – com mais outros fatores – surgiram condições favoráveis para questionar o modelo progressista de governo e assim tiveram nesse momento uma injeção de ânimo com a possibilidade de chegada ao poder no Brasil de grupo conservadores.

Como a economia nunca foi o forte dos ditos conservadores, deixaram o “trabalho sujo” nessa área para o Paulo Guedes, que seria uma espécie de representante do mercado. Ele seria o responsável do apoio ao governo da elite econômica nacional.

Depois de um ano e meio de disputas ideológicas, o governo se viu emparedado com a chegada do Covid-19. Daí a posição negacionista do presidente. Com nomes de familiares envolvidos em denúncias de supostos crimes, buscou evitar o debate sobre esse tema mas foi levado pela presença de vários amigos pessoais nessa crise em sua sala de estar. O presidente, preocupado com essa situação explosiva e com ruptura que teve com seu ex-partido [PSL], foi obrigado a buscar uma base pragmática dentro do Congresso, assim encontrando o centrão.

Agora o governo se vê na necessidade de agradar esse grupo que tem muita experiência na máquina pública. Nesse aspecto, o Centão tem dado uma bela ajuda a Bolsonaro. Primeiro mandou baixar o tom, disse para evitar crise, deixar o Congresso trabalhar, não questionar os outros poderes e também mandou reativar programas esquecidos (Minha Casa Minha Vida, Luz para todos, Bolsa Família, etc.), que tem um grande apelo social. A ideia é turbinar o governo para chegar em 2022 bem avaliado.

A grande questão é:

“Como as esquerdas vão neutralizar essa estratégia populista de Bolsonaro, paz e amor?”

Uma das saídas é ganhar bem as eleições municipais agora em 2020 para acumular força para 2022 e ganhar a narrativa dos programas sociais fortalecidos e criados nos “Governos do PT”.

Esse pode talvez seja o ponto…

Evandro Surubim, Militante do PT-MA

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