No não tão longínquo ano de 2014, o marqueteiro de Dilma Roussef, João Santana – preso em fevereiro de 2016 na Operação Lava Jato, na 23ª fase – declarou em entrevista ao Jornalista Luiz Maklouf Carvalho (in memorian), que iria ocorrer uma “antropofagia de anões”, enquanto ela [Dilma} planaria no Olimpo.
Lendo a obra “João Santana – Um marqueteiro no poder”, o editor da página analisou de dois prismas a navalhada de Santana, trazendo para as eleições de 15 de novembro.
Num primeiro momento, há a intenção de desestabilizar emocionalmente os seus adversários. À época Mariana, Aécio Neves e Eduardo Campos perfilavam o campo contrário à presidenta Dilma, que tentava reeleição.
O próprio João Santana afirmou que, por dias seguidos, a oposição esqueceu de atacar Dilma e passaram a mirar a metralhadora contra ele próprio, tudo iniciado pelo marqueteiro de forma proposital, já aguardando aquele retorno.
“Quem é o anão? Vamos mostrar pra ele”…
Num outro ângulo, Santana explica como se daria esse processo de “autofagia dos anões”.
No aspecto municipal, quanto mais candidatos estiverem dispostos a disputar o pleito e o gestor no mandato ou pré-candidato que esteja em alta com o eleitorado, verá sem sombra de dúvidas acontecer esse “canibalismo” dos votos entre os que pontuam com menor potencial.
A chapa disfuncional de Eduardo Campos e Mariana Silva estava virada de ponta a cabeça, além de – segundo visão de Santana – não haver transfusão de votos fácil. “Não provava sinergia eleitoral”, garantia.
Um ponto a ser pensado com bastante cautela é a escolha do vice.
Com a morte acidental de Eduardo Campos, não se sabe a antropofagia continuaria de pé. Mas, com o novo cenário político formado com o lançamento de Marina Silva, a queda e ascensão de Aécio Neves, existia um minibanquete antropofágico, onde um estaria comendo os votos do outro.
É o que, inevitavelmente acontecerá nas eleições de 2020, nos municípios que tiverem o maior número de candidatos.
É aguardar e conferir.