Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência. (Augusto Cury)
Faço uso deste meio a fim de colocar a baila um fato que já é conhecido pela minha comunidade. Fui filmada no exercício de minha profissão, ou seja, no meu ambiente de trabalho sob forte emoção. Não detalharei tal vídeo, pois sei, muitos já o assistiram. Gostaria de deixar claro que o objetivo primordial de tal esclarecimento é o de retratar-me diante do acontecido. Sou docente, sou educadora e sei que o meu ato foi impensado e impulsivo. De já quero desculpar-me abertamente com todos e todas.
Escolher ser professora é tarefa árdua e difícil, principalmente em um país onde a educação pública de qualidade é deixada de lado. Familiares e amigos te desestimulam a tal escolha, pois são sabedores do quanto o docente é desvalorizado, desprestigiado, desdenhado e destratado dentro das inúmeras salas de aula pelo Brasil. Sem falar da falta de estrutura para garantir que o processo pedagógico seja realmente efetivado, além é claro da questão salarial que diz respeito à dignidade do trabalhador e da pessoa humana. Não quero com isto justificar meu ato em questão, mas gostaria que meus acusadores, meus julgadores alguns até colegas atentassem para esse contexto.
Um grande filósofo grego, o famoso Aristóteles nos ensinou que a “virtude é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso. Para ser praticada constantemente, a virtude precisa se tornar um hábito.” Bem, escolhi ser profissional da educação certa de que estaria sempre em um aprendizado constante ao tentar ensinar valores e virtudes, mas com isso não deixo de ser humana, portanto passível de erros e acertos. Sendo desta forma sei que devo fazer deste capítulo da minha vida laboral um aprendizado para a vida toda no intuito de tornar-me cada vez mais virtuosa. Eis o meu desabafo retratado.
Quero finalizar expondo que hoje eu estive em reunião com o representante da Unidade Regional, a direção da escola, os responsáveis do aluno em questão onde tive a oportunidade de me desculpar e fui prontamente desculpada. Fiz questão de ir à sala de aula fazer o mesmo com todos os alunos que presenciaram o ocorrido. Afinal de contas o erro é inerente ao ser humano.
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Priscilla Pestana