Itapecuruenses não perdoam e fazem charge de Miguel Lauand
O prefeito de Itapecuru Mirim, Miguel Lauand (PRB), anunciou pelo terceiro ano seguido o cancelamento do carnaval realizado pela gestão municipal. A decisão desagradou a maioria da população do município e tem gerado muita polêmica nas redes sociais.
Miguel se elegeu pregando slogans como “os bons carnavais de volta”, gabando-se de ser um “bom pagador” e por ser “administrador experiente”. Mas, o fato de já ter estado no comando do município outras duas vezes não está fazendo muito bem a sua gestão atual. Ao menos para grande parte dos cidadãos residentes em Itapecuru.
A justificativa para cancelar o carnaval em seu primeiro mandato desta nova gestão foram os “débitos” das administrações anteriores (inclusindo as suas próprias). Mesmo com verba garantida no orçamento aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em finais de 2016 pela câmara de vereadores, o evento não foi realizado para, segundo ele, utilizar os recursos na saúde e educação.
Foi um ano de lamúrias do prefeito que em toda solenidade fazia questão de dizer que o município estava “quebrado”. O ano de 2017 passou com reclamações de falta do atendimento médico nas unidades básicas de saúde, comunidades na zona rural sofrendo por ausência de profissionais na prevenção em saúde. E o recurso do carnaval não foi apresentado como utilizado nesta área.
Veio o ano de 2018 e, para a surpresa de todos, novamente a prefeitura anuncia o cancelamento do carnaval. A justificativa foi novamente que o município continuava “endividado” e que o dinheiro seria usado em setores prioritários como a educação, então registrou-se reclamação dos professores pela falta de instalações adequadas nas escolas da rede municipal, pelo desrespeito para com a categoria em não dar o reajuste cobrado pela categoria, transporte escolar com claras dificuldades principalmente para alunos da zona rural e remanejamento de salas, o que causou grandes transtornos para quem mora nas comunidades.
Neste ano de 2019 novamente, mais uma vez, de novo (redundante mesmo) Miguel Lauand anuncia que não realizará a festa de Momo faltando cerca de 15 dias para a data que o Brasil inteiro comemora. A justificativa? Que a verba será utilizada em setores prioritários como infraestrutura, educação e saúde. Os itapecurueses estão fazendo uma pergunta em todos os cantos da cidade: Para onde foi o dinheiro não utilizado para no carnaval em 2017 e 2018? Onde foi empregado, já que a cidade passou os últimos dois anos sem remédios e atendimento precário nos postos de saúde, sem as melhorias na rede municipal de educação e com problemas estruturais em várias escolas, se as ruas da cidade estão cheias de buraco, sem asfalto e as que receberam foi enviado pelo governo do Estado)?
O carnaval é a oportunidade de determinados segmentos garantirem uma renda extra. Seguranças, garçons, autônomos que vendem alimentos, comerciantes informais aguardam a data para faturar. Muitos conseguem renda para até seis meses quando o São João pode garantir renda para os outros meses restantes. O comércio é aquecido com a chegada dos turistas que gastam dinheiro no consumo pela cidade, a rede hoteleira fica lotada. Enfim, indubitavelmente há lucro para todos e como até o momento a promessa de campanha em trazer empresas para a cidade que gerassem empregos não foi concretizada e, ao que tudo indica, dificilment será, carnaval acaba sendo uma forma de amenizar o sofrimento da população; dos mais carentes aos mais abastados.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2019 votada e aprovada na câmara de vereadores é de autoria do próprio prefeito Miguel Lauand e nela há a garantia de verba para a cultura, justamente na secretaria onde se encaixa o carnaval que é patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro. Se o prefeito sinalizou verba para esta área e sabia que não iria usar, com qual propósito fez isso? Sim, porque afora o evento da Academia Itapecuruense de Ciência, Letras e Artes (AICLA) que comemorou os 200 anos de fundação da vila com a 1ª Festa literária de itapecuru Mirim não há registro de outros gastos com a cultura local.
Resta à população assistir ao apogeu da festa em cidades vizinhas como Vargem Grande, Santa Rita, Anajatuba e Nina Rodrigues.
Fonte: http://itapecuruwebradio.com